A chuva vai atingir Santa Catarina pelo menos nos próximos quatro dias. A previsão da Defesa Civil do Estado divulgada nesta segunda-feira (10) é que até quinta-feira vai chover mais que o previsto para todo o mês de julho.
Segundo a pasta, entre a noite desta segunda (10) e manhã de quinta-feira (13) a chuva deve tomar conta do Estado. São previstos 150 mm de chuvas para Santa Catarina, e a região Sul tem a situação mais crítica.
A previsão para todo o mês em Santa Catarina era de 127 mm de chuva, de acordo com a Defesa Civil. No Vale do Itajaí e Norte do estado os valores mensais previstos variam de 90 a 130 mm. Já nas cidades do Grande Oeste e Planalto Sul, a precipitação oscilaria entre 110 a 180 mm.
A Defesa Civil aponta ainda que a chuva aparece na forma de temporais, e será intensa com raios e rajadas de vento.
Há risco para ocorrências como alagamentos e enxurradas, assim como ventos intensos e granizo de forma pontual.
Devido aos acumulados elevados, podem ocorrer até deslizamentos em Santa Catarina.
A Defesa Civil explica que estas condições ocorrem pela atuação de uma frente fria e instabilidades na região, que são reforçadas ao longo da semana pela formação de um ciclone extratropical, entre os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Questionado sobre as medidas da pasta para prevenção de desastres, Felipe Theodorovitz, meteorologista-chefe da Defesa Civil de Santa Catarina, explica que a pasta tem enviado alertas para informar os catarinenses sobre os riscos da chuva.
O El Niño facilita as chuvas
Há algumas semanas a Defesa Civil já tinha divulgado que o fenômeno El Niño poderia mudar as condições de chuvas no Estado. Isso porque, o fenômeno causa o maior volume de chuvas, ou não, dependendo da região.
O Portal ND+ divulgou no final de junho uma entrevista com o engenheiro agrônomo Ronaldo Coutinho que disse que “tudo de ruim pode acontecer com a atuação do El Niño”.
“O excesso de chuvas pode ocasionar problemas fitossanitários, resultando em aumento nos custos de produção pelo aumento no número de pulverizações com fungicidas, bem como problemas com erosão do solo decorrentes de enxurradas, que para regiões de maior declividade, podem trazer prejuízos econômicos significativos aos produtores”, diz em nota.
Para os cereais de inverno, com destaque para o trigo, a preocupação de técnicos e produtores é com a previsão de excesso de chuvas para os meses de outubro/novembro, período que coincide com as fases de maturação e colheita da cultura.
Caso essas previsões se confirmem, Santa Catarina pode ter perdas em produtividade pelo aumento da ocorrência de doenças fúngicas (Brusone e Giberela), que prejudicam diretamente a qualidade do grão de trigo, reduzindo o valor comercial do produto colhido, com perdas normalmente irreversíveis.
Os produtores que não realizam plantio direto sobre a palha poderão ter problemas com erosão a partir do escorrimento das camadas superficiais do solo, causando prejuízos econômicos. Da mesma forma, temporais com ventos fortes poderão ocorrer, causando prejuízos em pomares e benfeitorias.
Créditos: ND+