Dois mil anos atrás, um navio estava cruzando o Mediterrâneo com cerca de 6 mil ânforas - potes de argila usados no Império Romano para o transporte de vinho e azeite de oliva. Por alguma razão, a embarcação não conseguiu chegar ao destino desejado.
O navio, contemporâneo da época de Jesus Cristo, ficou no fundo do mar por dois milênios, até que foi descoberto por arqueólogos. Grande parte de carga ainda está lá. A embarcação é considerada a maior já encontrada no Mediterrâneo.
Com 35 metros de comprimento, a embarcação romana foi descoberta durante uma pesquisa com sonar na costa de Cefalônia, uma das ilhas do Mar Jônico (Grécia). A maioria dos navios daquela época tinha cerca de 15 metros de comprimento.
A pesquisa foi realizada pela rede Oceanus, da Universidade de Patras (Grécia), usando técnicas de processamento de imagens de inteligência artificial. A pesquisa foi financiada pelo programa Interreg, da União Europeia.
O naufrágio é considerado de "importância arqueológica significativa", segundo George Ferentinos, da Universidade de Patras, que juntamente com nove de seus colegas acadêmicos revelou a descoberta na revista "Journal of Archeological Science".
"A carga de ânforas, visível no fundo do mar, está em muito bom estado de conservação e o naufrágio tem o potencial de fornecer uma riqueza de informações sobre rotas de navegação, comércio, estiva de cascos de ânforas e construção de navios durante o período relevante", escreveram os autores da descoberta.
O navio está a cerca de 2,4km da entrada do porto de Fiskardo - a única vila da ilha a não ser destruída na Segunda Guerra Mundial. Os arqueólogos acreditam que a descoberta indica que Fiskardo foi uma parada importante nas rotas comerciais romanas.
A descoberta foi feita em 2013, ano em que os estudos do achado começaram. Só recentemente eles foram concluídos.
Créditos: Extra.Globo - Por: Fernando Moreira