O Paraná é a principal referência do país quando o assunto é ensino de inglês na rede pública. Ao menos é isso o que aponta uma pesquisa do British Council, chamada “Estudo de Políticas Públicas para o Ensino de Inglês”, que colocou o estado paranaense como um dos únicos, ao lado de Pernambuco, a atingir todos os critérios avaliados, alcançando um nível alto de estruturação e consolidação do ensino de Língua Inglesa na rede pública de educação.
Ao todo, sete tópicos foram avaliados pelos pesquisadores para mensurar a qualidade do ensino de inglês na rede pública: (1) existência de fundamentação específica para língua inglesa presente no currículo; (2) existência de documentos complementares voltados à implementação do currículo ou ao apoio do ensino da língua inglesa; (3) prática de formação específica para professores de língua inglesa; (4) oferta ampliada para aprendizado de inglês (cursos no contraturno, existência de centro de línguas ou de programas de apoio ao desenvolvimento do ensino da língua inglesa); (5) monitoramento e avaliação para a língua inglesa; (6) proporção de professores de língua inglesa concursados; e (7) o perfil de formação, a habilitação do professor em língua inglesa.
Cada um dos indicadores recebeu pontuação de 0 a 3, totalizando 21 pontos, no máximo, para cada unidade da federação. O Paraná ficou na liderança, com 19 pontos, seguido de Pernambuco (17), São Paulo (14) e Distrito Federal (13). Os estados do Pará, Amapá, Goiás, mato Grosso e Alagoas não foram contemplados pela pesquisa pois, de acordo com o British Council, não foi possível o levantamento de algumas das informações.
Um dos principais destaques no estado diz respeito à escolaridade dos professores. No Paraná, 98,7% dos profissionais possuem graduação em curso superior, sendo que mais de 70% foram habilitados em língua inglesa ou língua estrangeira moderna e 90,5% já concluíram pós graduação lato-sensu.
Com relação à existência de ambientes de estudos complementares, a pesquisa revela que, dos 927.037 estudantes da rede pública (ensino fundamental e médio), 30.200 participam no contraturno da oferta de 11 idiomas, o equivalente a 3,3% dos alunos da rede pública.
Outro destaque, que aprece como exemplo de boas práticas, foi o processo de construção dos referenciais curriculares da rede estadual de ensino. Segundo os pesquisadores, a construção do documento se deu entre os anos de 2003 e 2008, com a participação ampla da comunidade escolar (técnicos pedagógicos, docentes e pesquisadores) na elaboração da proposta que, quando finalizada, foi implementada a partir de um plano estruturado.
Parcerias ajudam no aperfeiçoamento da língua
Técnica pedagógica de Línguas Estrangeiras Modernas do Departamento de Desenvolvimento Curricular da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte, Luci Gohl apontou, em entrevista recente à Agência Estadual de Notícias (AEN), que parcerias visando o desenvolvimento de professores são um dos principais diferenciais para o ensino de Língua Inglesa no Paraná.
No ano passado, por exemplo, dois programas, um da Fulbright e outro da Capes, proporcionaram aos docentes semanas de curso intensivo nos EUA, com 58 professores da rede estadual contemplados. Ao retornarem no Brasil, multiplicaram o conteúdo por meio de encontros de capacitação organizados pela Secretaria e elaboraram planos de ação para serem aplicados nos Núcleos Regionais de Educação.
“Esses professores estão sendo recebidos de volta pela Secretaria com valorização e reconhecimento”, disse Luci Gohl. Segundo ela, esses professores têm o compromisso, hoje, de multiplicação. “Também estão sendo incentivados a escrever artigos científicos sobre suas experiências, para estender essa multiplicação muito além”, afirmou.
Durante o período em que participam de programas do gênero, os professores são afastados com ônus limitado, o que significa que, continuarão recebendo o salário e demais vantagens.
Celem
A Secretaria de Educação dispõe de Centros de Línguas Estrangeiras Modernas (Celem) nas escolas da rede estadual, onde são ofertados cursos não só de Inglês, mas Alemão, Espanhol, Francês, Italiano, Japonês, Mandarim, Polonês, Ucraniano, Libras e Português (para falantes de outras línguas.) Os centros funcionam no contraturno escolar e as vagas são destinadas a estudantes da rede estadual de ensino (70%), a professores e funcionários da rede (10%) e à comunidade (20%). As matrículas são anuais e devem ser feitas de acordo com o cronograma de cada colégio, sendo que as aulas começam junto comn o ano letivo escolar e cada cidadão pode cursar até dois idiomas. Para mais informações, visite o site do Celem.
Créditos: Bem Paraná - Rodolfo Luis Kowalski - Foto: Divulgação