Atualizado em 05/05/2020
Pessoas com 20 e 39 anos são as que mais se contaminam por covid-19 no Brasil

Brasil rejuvenesceu a Covid-19. E o município do Rio de Janeiro, onde 43% das internações são de pessoas entre 30 e 49 anos, é o retrato da face jovem do novo coronavírus no país, destaca a pneumologista Margareth Dalcomo, da Fiocruz.

Ela foi a primeira a advertir, com veemência, ainda em março, que o país “rejuvenesceria” a doença, como resultado da combinação da pirâmide etária brasileira com o baixo grau de distaciamento social.

 

 
 
 

A pneumologista se uniu ao especialista em análises numéricas Domingos Alves, do portal Covid-19 Brasil, que tem se destacado pelo acerto de suas projeções da pandemia de coronavírus, para investigar e analisar o impacto da doença no Brasil. O portal reúne cientistas e estudantes de várias universidades brasileiras.

As análises levaram em conta dados oficiais do Ministério da Saúde, do Portal da Transparência do Registro Civil e do próprio portal Covid-19 Brasil, que faz estimativas dos casos subnotificados e projeções da evolução da pandemia. O especialista em informática biomédica Filipe Bernardi detalhou os dados por bairro da cidade do Rio.

— É fácil observar no boletim oficial do município o impacto da Covid-19 nas pessoas entre 30 a 49 anos, que representam 43% do total. Sobre o número de óbitos ser maior nas idades mais avançadas, existe também um percentual elevado no número de  jovens sendo internados — diz Alves, especialista em modelagem computacional e líder do Laboratório de Inteligência em Saúde (LIS) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo.

 

 

Ser jovem não é ser imune

Ser novo, não ter fatores de risco e praticar atividade física não garantem imunidade a ninguém. Por exemplo, um dos pacientes de Dalcolmo é uma moça de 21 anos, moradora da Zona Sul do Rio e de perfil atlético. Na semana passada, ela começou a sentir sintomas da Covid-19 e, dentre eles, a sensação de estar com a panturrilha “queimando”.

Um exame revelou trombos, uma das marcas da doença. Seu único possível fator de risco, diz a médica, era tomar pílula anticoncepcional.

 

Créditos: O Globo (Fotos: Reprodução Portal Covid-19 Brasil)

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