Segundo levantamentos da Secretaria da Agricultura e Abastecimento (Seab), o longo período de estiagem e as altas temperaturas deve causar perdas estimadas em 24% da produção de feijão do Paraná na segunda safra do ano.
A previsão é que sejam colhidas 334 mil toneladas na chamada safrinha.
A expectativa de redução na produção já está impactando os preços praticados no campo. Nos últimos dois meses, a saca de 60 quilos teve aumento médio de 46% para o feijão carioquinha, passando de R$ 219,00 para R$ 320,00.
No caso do feijão preto, a alta média é de 36%, passando de R$ 145,00 para R$ 197,00.
Em Pato Branco, na região sudoeste, agricultores avaliam que a qualidade do feijão que está saindo do campo, neste momento, é boa, mas que a quantidade é bem menor do que se esperava. O agricultor Eucir Broco diz que, de fevereiro a abril, choveu apenas três vezes na propriedade dele. Além disso, fez muito calor.
"Nas lavouras onde o feijão se formou neste período foram as mais prejudicadas. Vai produzir bem apenas algumas que pegaram as pancadas isoladas", diz.
Nas áreas onde choveu, foram colhidas 45 sacas por hectare. Nas outras, a produtividade caiu para até 12 sacas por hectare. O agrônomo Adriano Machado explica que o feijão tem um ciclo muito curto e que sofre com temperaturas acima dos 30 graus.
"O que aconteceu neste ano, devido às altas temperaturas, no período do florescimento, e da baixa precipitação, no período do enchimento dos grãos, é que houve muito abortamento das vagens. A gente observa vagens curtas, com poucos grãos bem formados", conclui.
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