Atualizado em 24/07/2020
Fiocruz prevê 3 mil mortes caso aulas no Rio de Janeiro retornem em agosto
A Fiocruz prevê até 3 mil novas mortes no estado do Rio de Janeiro por covid-19, se as aulas nas escolas forem retomadas a partir de agosto. O estudo traça um quadro do impacto da volta às aulas em todo o país, com uma população de mais de 9 milhões de pessoas em grupo de risco, e que convivem com crianças e adolescentes em idade escolar – sendo que 600 mil delas moram no Rio de Janeiro.
 
 


O estudo leva em conta idosos com mais de 60 anos e pessoas diabéticas, com problemas no pulmão e coração e que moram com pessoas entre 3 e 17 anos. De acordo com o estudo feito pela Fiocruz, 10% dessa população deve precisar de cuidados redobrados, correspondente a 60 mil pessoas no Rio.

O levantamento dos dados divulgados foi feito com base na Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo IBGE juntamente com o Laboratório de Informação em Saúde da Fiocruz.

Um decreto publicado no Diário Oficial, pelo governador Wilson Witzel, nesta quarta-feira (22), estabelece a suspensão das aulas presenciais até 5 de agosto nas redes estaduais. Foi anunciado nesta terça-feira (21) pelo prefeito Marcelo Crivella, que o retorno facultativo das atividades escolares para alunos dos 4º, 5º, 8º e 9º anos será em 3 de agosto, para alunos da rede particular.

‘’A gente precisa lembrar como se dá a dinâmica familiar. Muitos pais saem para trabalhar e deixam os filhos com os avós. Mas, quando a criança voltar para a escola, pode acabar levando o vírus para essa população de risco, que não terá como permanecer isolada. Acabou o ‘fica em casa’ para os idosos. A doença é menos prejudicial para a população mais jovem, porém, eles funcionam como vetores do vírus’’, diz o pesquisador e epidemiologista Diego Ricardo Xavier.

Xavier ainda diz que a desmobilização do reforço nas unidades de saúde é apontada como um agravante nesse cenário de pandemia. ‘’Se o vírus voltar a subir de forma brusca, não será possível atender a toda a população’’.

O Rio não adotou a medida de bloqueio sanitário, definida pela Fiocruz, para o retorno das aulas. A medida propõe a aplicação de exames PCR, testagem com coleta no nariz e garganta, permitindo assim detectar o RNA do vírus, possibilitando o rastreamento em casos suspeitos ainda em estágio inicial. Essa medida, porém, envolveria um investimento do governo do estado.

’É difícil manter os cuidados de higiene com crianças, que vão se aglomerar e estar em contato constante com os funcionários da escola, possibilitando assim, uma nova distribuição do vírus, seria preciso adotar estratégias de rastreamento dessas pessoas para evitar que isso aconteça’’, alerta Xavier.

O Sinpro (Sindicato dos Professores do Rio de Janeiro), que representa 35 mil profissionais em atuação em mais de 2 mil escolas privadas, citou estudos científicos desenvolvidos pela Fiocruz para manifestar a contrariedade em relação da volta às aulas a partir de 3 de agosto. O Sinpro marcou uma assembleia virtual para o dia 1º de agosto. ‘’Fiz esse questionamento na reunião e fui informado de que a testagem para os profissionais não está no protocolo. A nossa visão é a mesma da Fiocruz. Entendemos que ainda é prematuro a retomadas das aulas. Não é o momento certo’’, diz o presidente do Sindicato dos Professores do Rio, Oswaldo Peles.

Entretanto, a Prefeitura do Rio contestou o posicionamento do Sinpro dizendo que a categoria dos professores aprova o retorno das aulas. O encontro foi conduzido por gestores da Vigilância Sanitária, que de acordo com a publicação no Diário Oficial, reforçaram as medidas de prevenção ao coronavírus para as escolas.

Protocolo da Prefeitura
Distanciamento de 2 metros entre as pessoas e rodízio com a manutenção do ensino remoto;

Máscaras que devem ser substituídas a cada 3 horas;

Professores e alunos em grupo de risco devem permanecer no ensino remoto;

Atendimento nas secretarias sendo preferencialmente virtuais;

Alternação de horários entre as aulas e o uso do refeitório, para evitar a aglomeração;

Atividades em grupo de forma remota;

Restringir a circulação de pessoas na instituição;

Uso de bebedouros não são recomendados. Manter portas e janelas abertas;

Se algum indivíduo apresentar sintomas de covid-19, a direção deverá ser informada, para encaminhamento médico;

Cartazes para explicar as medidas de prevenção ao covid-19 em todos os ambientes da escola;

Usar marcadores para sinalizar o espaço físico de distanciamento;

Higienizar mesas, cadeiras, teclados, maçanetas, itens compartilhados com maior frequência. É recomendado limpar com água sanitária a cada 3 horas;

Transportes coletivos deverão seguir as regras de prevenção correta.

 

 

Créditos: Santa Portal- (Foto: Reprodução)

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