15/12/2020
A cada dia, Paraná registra 24 casos e uma morte por câncer de pele

Dezembro é o mês laranja, no qual se trabalha a conscientização e prevenção do câncer de pele, tipo de neoplasia mais comum de ser diagnosticada. Só em 2020, por exemplo, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que o Paraná vai registrar 8.930 casos da doença, o que dá uma média diária de 24,4 diagnósticos. Além disso, nos últimos anos o número de mortes causadas por esse tipo de câncer está em alta, o que ressalta a importância de se tratar do assunto.

Conforme dados do Ministério da Saúde, compilador a partir do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), desde 2013 o número de óbitos causados pelo câncer de pele só tem crescido no estado, tendo saltado de 273 para 342 no período analisado - um crescimento de 25,3%.

 

 

Entre todas as unidades da federação, o Paraná aparece como quinto em número de mortes causados por esse tipo de neoplasia, atrás apenas de Rio de Janeiro (349), Minas Gerais (422), Rio Grande do Sul (465) e São Paulo (1.066).

Com a pandemia do novo coronavírus, o temor é que o cenário se agrave mais. Isso porque muitos pacientes podem estar deixando para depois a consulta, o que pode agravar o problema e, consequentemente, reduzir as chances de cura. Por isso, a recomendação do doutor Roberto Tarté, dermatologista do Hospital INC, de Curitiba, é que a pessoa procure atendimento médico tão logo apareça qualquer lesão suspeita no corpo, em qualquer idade.

“Temos observado pacientes que não vêm imediatamente para a consulta ao detectar uma lesão; quando vêm, a lesão já está maior”, informa o especialista, citando um caso de um paciente com suspeita de melanoma, o mais grave dos tipos de câncer de pele, que preferiu evitar consultas durante o período da pandemia, adiando seu contato com o médico. Resultado: o problema se confirmou e tratava-se de lesão em fase mais avançada, com menor chance de cura.

“A análise da lesão e do tratamento a ser adotado precisa ser feito de forma crítica e breve em muitos casos; não pode ser uma decisão única, a discussão com o seu médico é importante”, alerta ainda Tarté, lembrando que, dependendo da extensão do câncer, muitos procedimentos cirúrgicos podem ser realizados no próprio consultório, sem a necessidade de deslocamento para uma unidade hospitalar ou internação. Por isso, em tempos de pandemia, é importante conhecer primeiro a extensão da lesão, a agressividade do câncer, para só então tomar a decisão adequada.

Doença tem diferentes tipos, desde as de menor risco até as mais perigosas

O câncer de pele é provocado pelo crescimento anormal de células da pele e pode se manifestar de formas diferentes. Os mais comuns, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, são carcinoma baselular e carcinoma espinocelular, ou câncer de não melanoma. Apresentam percentuais altos de cura se diagnosticados e tratados de forma precoce. Já o melanoma, ainda que não seja o mais comum, é o mais agressivo e de maior letalidade. A boa notícia é que, se descoberto no início, registra acima de 90% de chance de cura.

Entre os três tipos de câncer, o mais comum é o carcinoma basocelular, que corresponde a 70% dos casos. Normalmente apresenta lesões elevadas peroladas, brilhantes ou escurecidas, que crescem lentamente e podem sangrar. Por outro lado, o carcinoma espinocelular, que responde por cerca de 20% dos casos, traz lesos verrucosas ou feridas que não cicatrizam, durando mais de seis semanas. Podem causar dor e também sangramentos.

Por último, o melanoma, que responde por só 10% dos casos, mas também é o tipo mais grave da doença, podem do provocar metástase de forma rápida (espalhar para outros órgãos do corpo humano) e levar à morte. Costumam ser pintas ou manchas escuras, que crescem e podem mudar de cor e formato. Também podem sangrar.

Câncer de pele
(melanoma e não melanoma)

Novos casos no Parana - 2020
Em mulheres: 3.980
Em homens: 4.950
Total: 8.930
Fonte: Estimativa 2020 do Instituto Nacional de Câncer (Inca)

Óbitos no Paraná
2019: 342
2018: 336
2017: 330
2016: 324
2015: 304
Fonte: Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde

Prevenção deve começar ainda na infância
No caso do câncer de pele, a prevenção deve começar ainda na infância. Isso porque a exposição ao sol ainda na primeira etapa da vida pode gerar tanto o envelhecimento da pele quanto o surgimento posterior de uma lesão mais grave. Assim, é fundamental a utilização de protetor solar para as crianças, que normalmente costumam passar horas sob o sol. Óculos de sol e roupas com proteção UV, bonés e chapéus também podem ajudar. Se possível, evitar exposição solar entre 9 e 15 horas, e utilizar filtro solar com FPS igual ou acima de 30, reaplicando a cada duas horas ou sempre que houver contato com a água.

Já os que desejam repor ou aumentar a dose de vitamina D, poucos minutos de sol em um horário mais adequado e que não atinjam o rosto podem ser suficientes. Outra possibilidade é a suplementação via oral, ideal para quem já enfrentou o problema ou tem histórico de câncer de pele na família. Pessoas com histórico na família, pintas pelo corpo em quantidades acima do normal ou ainda pacientes imunossuprimidos – nos quais o uso de algum medicamento (imunossupressor, por exemplo) causa diminuição da vigilância imunológica contra neoplasias – transplantados precisam de um cuidado ainda maior com a pele e, se possível, avaliação constante de um dermatologista, antes e depois do transplante.

 

Créditos: Rodolfo Luis Kowalski - Bem Paraná

Compartilhe com seus amigos!

Veja as últimas notícias abaixo

PUBLICIDADE
no2
no9