O Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a covid-19, lançado nesta quarta-feira (16) pelo Ministério da Sáude, tem a previsão de imunizar 51,4 milhões de pessoas no primeiro semestre de 2021. A previsão é que toda a população brasileira seja imunizada em 16 meses - os quatro meses primeiros meses os grupos prioritários e outros 12 para a "população em geral".
Segundo o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o início da vacinação ocorrerá cinco dias após a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovar um imunizante. "O cronograma [de distribuição e imunização] depende de registro. Temos mais de 300 milhões de doses já negociadas", afirmou.
Grupos prioritários
Fazem parte dos grupos prioritários à vacinação aqueles considerados mais vulneráveis à doença além de trabalhadores de serviços considerados essenciais:
- Profissionais de saúde
- Pessoas de 60 anos ou mais institucionalizadas
- População idosa (60 anos ou mais)
- Pessoas com comorbidades
- Pessoas com deficiência permanente severa
- Indígenas
- Comunidades tradicionais ribeirinhas e quilombolas
- Trabalhadores do transporte coletivo
- Pessoas em situação de rua
- População privada de liberdade
- Funcionários do sistema prisional
- Professores do nível básico ao superior
- Profissionais de forças de segurança e salvamento
- Transportadores rodoviários de carga
Três fases iniciais
A vacinação dos grupos prioritários será feita em quatro fases.
Na primeira fase, serão imunizados:
- Idosos com mais de 75 anos
- Profissionais de saúde
- Idosos com 60 anos ou mais que vivam em instituições
- Indígenas
- Quilombolas e comunidades tradicionais ribeirinhas
Na segunda fase, o grupo é integrado por:
- Idosos entre 60 e 74 anos
Já a terceira fase inclui:
- Pessoas com comorbidades, como por exemplo diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares
- Pessoas com deficiência permanente severa
Os outros grupos prioritários "serão contemplados na continuidade das fases, conforme aprovação, disponibilidade e cronograma de entregas das doses a serem adquiridas", afirma o Ministério da Saúde.
Vacinas
O documento do plano de imunização informa que "o Brasil possui negociações em andamento, que totalizam, conforme cronogramas já disponíveis, em torno de 350 milhões de doses de vacinas para a covid-19".
“Todas as vacinas produzidas no Brasil, ou pelo Butantan, pela Fiocruz ou qualquer indústria, terão prioridade do SUS e isso está pacificado", disse Pazuello durante o lançamento do plano.
Nessas primeiras três fases, o governo afirma que planeja usar a vacina de Oxford, desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford. Assim que aprovado, o imunizante será produzido pela Bio-Manguinhos, laboratório da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), no Rio de Janeiro.
Segundo descrito no plano, a estimativa é que serão necessárias 104 milhões de doses do imunizante para atender os grupos incluídos nessas 3 fases iniciais.
O governo federal deve receber 100 milhões de doses da vacina de Oxford até julho de 2021, conforme um acordo prévio. Para o segundo semestre, estão previstas 160 milhões de doses produzidas pela Fiocruz.
O Brasil também receberá 42,5 milhões de doses de vacina contra a covid-19 por meio da Covax, aliança global para distribuição de imunizantes contra a doença coordenado pela OMS (Organização Mundial de Saúde), determinada de acordo com a aprovação para uso.
Ainda segundo o texto do plano, foram firmados "memorandos de entendimento, que expõem a intenção de acordo" e podem sofrer alterações para a aquisição de seis vacinas: Pfizer/BioNTech, Janssen, Instituto Butantan, Bharat Biotech, Moderna, Gamaleya.
As negociações com as duas primeiras candidatas são as mais avançadas. A previsão é que sejam adquiridas 70 milhões de doses da vacina desenvolvida pela Pfizer com a BioNtech e 38 milhões de doses do imunizante da Jassen ao longo de 2021.
Distribuição de vacinas
Segundo o Ministério da Saúde, a logística de distribuição das vacinas será realizada via transporte aéreo e rodoviário.
A pasta informa que dispõe de uma frota de 100 veículos com baús refrigerados e mais 50 deles estarão disponíveis até o final de 2021.
“O Governo Federal distribui até o estado, o estado vai fazer a distribuição aos municípios junto com o Ministerio da Defesa, que fará a segurança desse trabalho. A partir daí, os municípios executam o plano de vacinação”, explicou Pazuello
Créditos: R7