03/03/2021
Ex-deputado Alfredo Kaefer ameaça greve de fome para que ex-mulher devolva ações da Diplomata

Chamou a atenção, nesta quarta-feira (03), um fato envolvendo o ex-deputado federal Alfredo Kaefer, de Cascavel.
Segundo informações do Pitoco, ele havia se fechado dentro da empresa Diplomata, na Avenida Tancredo Neves, em Cascavel, por volta das 15 horas, dizendo que iniciaria greve de fome até que a ex-esposa Clarice Roman lhe devolvesse as ações da empresa, as quais diz ter direito.

 


Amigos intercederam para tentar demover Kaefer do protesto. A Polícia Militar e a Guarda Municipal estiveram no local a pedido da Delegacia da Mulher.
Horas depois, convencido por familiares e amigos a suspender a manifestação, Alfredo Kaefer deixou a Diplomata e seguiu em direção a sua residência, no Bairro Neva.

Batalha judicial
Kaefer e a ex-esposa Clarice Roman se enfrentam em uma batalha judicial. E querem preservar o casal de filhos que têm em comum.
O casal conviveu por 24 anos. A união selou-se no distante 1996, mediante a assinatura de um acordo pré-nupcial prevendo a separação de bens.
Tudo ia muito bem até o final da primeira década do novo milênio. Em 2008 a Diplomata, estrela do firmamento Kaefer, faturou 1 bilhão de dólares, equivalente a uma Copacol inteira. O grupo empregava 8,5 mil funcionários e Alfredo Kaefer acumulou uma fortuna pessoal de R$ 1 bilhão.
Em 2012, com Kaefer já eleito deputado em expressiva votação, a empresa passou a ter problemas. Foi quando ele transferiu as ações da Diplomata para Clarice.
Ele se recusa a entrar em detalhes, mas nas petições ajuizadas é possível encontrar seus argumentos. Ali, Kaefer argumenta que passou as ações para a esposa com o compromisso de recebê-las de volta.


E que a medida era necessária para preservar a empresa de intercorrências políticas e na outra ponta de separar o mandato dos negócios da família.
Kaefer tinha claro que a transferência das ações se dava sob confiança e recebeu de Clarice uma procuração de plenos poderes para continuar administrando o grupo.
Em meados de 2019, Kaefer solicitou o retorno ao status anterior, com as ações em seu nome. Clarice resistia. Em setembro do ano passado, Kaefer soube que a procuração havia sido revogada e foi tirar satisfações com a esposa. O episódio resultou na separação do casal.
Em dezembro de 2019, Kaefer ingressou na Justiça para reaver a titularidade das ações. Clarice alega que recebeu o controle acionário da empresa em definitivo, sem compromisso de devolução.
O Pitoco apurou que houve tratativas de um acordo extrajudicial. E chegou-se até a um número: R$ 29 milhões. Por esse valor, as ações voltariam para Kaefer. Porém, as partes não se entenderam na forma de pagamento.
Kaefer não se conforma: em menos de meio ano, perdeu o mandato parlamentar, as ações da empresa, a esposa e a liberdade, condenado que foi pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por crime contra o sistema financeiro.

 

Créditos: Fonte: O Presente / O Pitoco - Foto: Jairo Eduardo

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