16/03/2021
Remédios para COVID-19: Aprovados e em estudo

Até ao momento existe apenas um remédio aprovado para o tratamento da COVID-19 no Brasil, o Remdesivir. Este medicamento está indicado apenas para alguns pacientes internados e deverá ajudar a eliminar o coronavírus do corpo, acelerando a cura da infecção. No entanto, existem outros medicamentos, como os analgésicos e os antipiréticos, que também estão aprovados para aliviar os sintomas da COVID-19 e que são liberados para todos os casos.

De acordo com as orientações das autoridades de saúde, os casos mais leves de COVID-19, com sintomas semelhantes aos da gripe comum, podem ser tratados em casa com repouso, hidratação e uso de remédios para febre e analgésicos. Já os casos mais graves, em que surgem sintomas mais intensos e complicações como pneumonia, precisam ser tratados em internamento no hospital, muitas vezes em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI).

Além dos medicamentos, algumas vacinas contra a COVID-19 também estão sendo estudadas, produzidas e distribuídas. Estas vacinas prometem evitar a infecção por COVID-19, mas também parecem diminuir a intensidade dos sintomas, quando a infecção acontece. Entenda melhor que vacinas contra a COVID-19 existem, como funcionam e possíveis efeitos colaterais.

Remédios aprovados para o coronavírus

 

 

Os remédios que se encontram aprovados para o tratamento do coronavírus, pela Anvisa e pelo Ministério da Saúde do Brasil, são:

  • Remdesivir: é o primeiro antiviral aprovado contra o coronavírus e que é capaz de impedir a replicação do vírus. Este medicamento está aprovado apenas para ser usado em adultos internados com pneumonia no hospital, que não estejam precisando de ventilador.
  • Antipiréticos: para diminuir a temperatura e combater a febre;
  • Analgésicos: para aliviar as dores musculares por todo o corpo;
  • Antibióticos: para tratar possíveis infecções bacterianas que possam surgir junto com a COVID-19.

Embora estejam aprovados, estes remédios só devem ser utilizados sob orientação de um médico.

Remédios que estão sendo estudados

Além dos remédios que ajudam a aliviar os sintomas, vários países estão desenvolvendo estudos em animais de laboratório e pacientes infectados, para tentar identificar um medicamento capaz de eliminar o vírus do organismo.

Os remédios que estão sendo estudados não devem ser usados sem orientação de um médico, nem como forma de prevenção da infecção, já que podem causar vários efeitos colaterais e colocar a vida em risco.

A seguir apresentamos uma lista dos principais medicamentos sendo estudados para o novo coronavírus:

1. Remdesivir

Este é um remédio antiviral de amplo espetro que foi desenvolvido para o tratamento da epidemia do vírus Ebola, mas que não apresentou resultados tão positivos quanto outras substâncias. No entanto, devido à sua ampla ação contra vírus, está sendo estudado para entender se pode apresentar melhores resultados na eliminação do novo coronavírus.

Os primeiros estudos feitos em laboratório com este remédio, tanto nos Estados Unidos [1] [2], como na China [3], mostraram efeitos promissores, uma vez que a substância foi capaz de impedir a replicação e multiplicação do novo coronavírus, assim como de outros vírus da família coronavírus.

No entanto, antes de poder ser aconselhado como forma de tratamento, este medicamento precisa passar por vários estudos com humanos, para se entender qual a sua verdadeira eficácia e segurança. Dessa forma, existem, neste momento, cerca de 6 estudos que estão sendo feitos com um número elevado de pacientes infectados por COVID-19, tanto nos Estados Unidos, como na Europa e no Japão, mas os resultados só deverão ser liberados em Abril, não existindo, para já, comprovação de que o Remdesivir possa, de fato, ser utilizado de forma segura para eliminar o novo coronavírus em humanos.

Atualização 29 de Abril 2020:

Segundo uma investigação feita pela Gilead Sciences [8], nos Estados Unidos, o uso de Remdesivir em pacientes com COVID-19 parece apresentar os mesmos resultados num período de tratamento de 5 ou 10 dias, sendo que em ambos os casos os pacientes têm alta do hospital em cerca de 14 dias e a incidência de efeitos colaterais também é baixa. Este estudo não indica qual o grau de eficácia do medicamento para eliminar o novo coronavírus e, por isso, outros estudos continuam sendo feitos.

Atualização 16 de Maio 2020:

Um estudo feito na China em 237 pacientes com efeitos graves da infecção COVID-19 [15] relatou que os pacientes tratados com este remédio apresentaram uma recuperação um pouco mais rápida em relação aos pacientes de controlo, com uma média de 10 dias em relação aos 14 dias apresentados pelo grupo de tratado com um placebo.

Atualização 22 de Maio 2020:

O relatório preliminar de outra investigação feita nos Estados Unidos com o Remdesivir [16] também apontou que o uso deste medicamento parece reduzir o tempo de recuperação em adultos internados, assim como diminuir o risco de infecção do trato respiratório inferior.

Atualização 26 de Julho 2020:

De acordo com um estudo feito pela Escola de Saúde Pública da Universidade de Boston [26], o remdesivir diminui o tempo de tratamento em pacientes internados na UTI.

Atualização 5 de Novembro 2020:

O relatório final do estudo sendo feito nos Estados Unidos com o Remdesivir indica que o uso deste medicamento reduz, de fato, o tempo médio de recuperação em adultos internados, de 15 para 10 dias [31].

Atualização 19 de Novembro 2020:

A FDA, nos Estados Unidos, lançou uma autorização de emergência [32] que permite o uso combinado do Remdesivir com o medicamento Baricitinib, no tratamento de pacientes com infecção grave pelo coronavírus e a necessitar de oxigenação ou ventilação.

Atualização 20 de Novembro 2020:

A OMS desaconselhou o uso do remédio Remdesivir no tratamento de pacientes internados com COVID-19 por falta de dados conclusivos que indiquem que o Remdesivir diminui a taxa de mortalidade.

Atualização 12 de Março 2021:

A Anvisa aprovou o uso do medicamento para o tratamento de pacientes internados com COVID-19 [41] que apresentam pneumonia e que não estão precisando de ventilador. O medicamento só será utilizado em adultos com mais de 40 kg de peso e será administrado na forma de injeção.

2. Ivermectina

A ivermectina é um vermífugo indicado para o tratamento da infestação por parasitas, que provocam problemas como oncocercose, elefantíase, pediculose (piolhos), ascaridíase (lombrigas), escabiose ou estrongiloidíase intestinal e que, recentemente mostrou resultados muito positivos na eliminação do novo coronavírus, in vitro.

Um estudo realizado na Austrália, testou a ivermectina no laboratório, em culturas de células in vitro, tendo-se verificado que esta substância foi capaz de eliminar o vírus SARS-CoV-2 em 48 horas [7]. Porém, são necessários ensaios clínicos em humanos, para verificar a sua eficácia in vivo, assim como a dose terapêutica e segurança do medicamento, o que se prevê que aconteça num período entre 6 a 9 meses.

Além disso, um outro estudo indicou que o uso de ivermectina por pacientes diagnosticados com COVID-19 representou diminuição do risco de complicações e progressão da doença, indicando que a ivermectina poderia melhorar o prognóstico da doença [33]. Ao mesmo tempo, um estudo realizado em Bangladesh indicou que o uso de ivermectina (12 mg) por 5 dias foi eficaz e seguro no tratamento da COVID-19 [34].

Em novembro de 2020 [35] foi divulgada em uma revista científica a hipótese de pesquisadores indianos de que a ivermectina seria capaz de interferir no transporte do vírus par ao núcleo das células, impedindo o desenvolvimento da infecção, no entanto esse efeito só seria possível com altas doses de ivermectina, o que poderia ser tóxico para o organismo humano.

Um outro estudo divulgado em dezembro de 2020 [36] também demonstrou que o uso de nanopartículas contendo ivermectina poderia diminuir a expressão dos receptores ACE2 das células, diminuindo a probabilidade do vírus se ligar a esses receptores e causar infecção. No entanto, esse estudo foi realizado apenas in vitro, não sendo possível afirmar que o resultado seria o mesmo in vivo. Além disso, como se trata de uma nova forma terapêutica são necessários estudos de toxicidade.

Em março de 2021 foi divulgado um estudo realizado na Colômbia [37] em que 200 pessoas positivas para COVID-19 usaram 300 μg/kg de Ivermectina e 200 pessoas, também positivas para a doença, fizeram uso de placebo por 5 dias. Após o período, ao comparar a evolução da doença nos dois grupos, foi verificado que o uso de Ivermectina não interferiu na melhora dos sintomas e nem no desenvolvimento da doença.

Apesar desses resultados, ainda são necessários mais estudos que demonstrem a atuação da ivermectina no tratamento da COVID-19, assim como o seu efeito na prevenção da infecção. Veja mais sobre o uso da ivermectina contra a COVID-19.

Atualização 2 de Julho 2020:

O Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP) lançou uma nota técnica [20] em que afirma que o medicamento ivermectina mostra ação antiviral em alguns estudos in-vitro, mas que mais investigações são necessárias para considerar que a ivermectina pode ser usada de forma segura em humanos contra a COVID-19.

Dessa forma, orienta que a venda de ivermectina só deve ser feita com apresentação de prescrição médica e dentro das doses e tempos orientados pelo médico.

Atualização 10 de Julho 2020:

Segundo uma nota de esclarecimento liberada pela ANVISA [22], não existem estudos conclusivos que comprovem o uso da ivermectina para o tratamento da COVID-19, sendo que o uso do medicamento para tratar a infecção pelo novo coronavírus deve ser da responsabilidade do médico que está orientando o tratamento.

Além disso, os primeiros resultados liberados por um estudo feito pelo Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP [23], mostram que a ivermectina, embora seja capaz de eliminar o vírus de células infectadas em laboratório, também provoca a morte dessas células, o que pode indicar que esse remédio pode não ser a melhor solução de tratamento.

Atualização 09 de Dezembro 2020:

Em um documento divulgado pela Sociedade Brasileira de infectologia (SBI) [37] foi indicado que não há recomendação de tratamento farmacológico precoce e/ou profilático para COVID-19 com qualquer medicamento, incluindo a ivermectina, uma vez que os estudos clínicos randomizados realizados até o momento não indicam benefícios e, dependendo da dose, utilizada, pode estar associado com efeitos colaterais que podem ter consequências para o estado geral de saúde da pessoa.

Atualização 04 de Fevereiro 2021:

A Merck, que é a farmacêutica responsável pela produção do medicamento Ivermectina, indicou que nos estudos desenvolvidos não identificou qualquer evidência científica que indique potencial terapêutico desse medicamento contra a COVID-19, assim como também não identificou efeito em pacientes já diagnosticados com a doença.

3. Plitidepsina

A plitidepsina é um medicamento antitumoral produzido por um laboratório espanhol que está indicado para o tratamento de alguns casos de mieloma múltiplo, mas que também tem demonstrando forte efeito anti-viral contra o novo coronavírus.

De acordo com um estudo feito nos Estados Unidos [39], a plitidepsina foi capaz de reduzir em até 99% a carga viral do coronavírus em pulmões de ratos de laboratório infectados com COVID-19. Os investigadores justificam o sucesso do medicamento na sua capacidade de bloquear uma proteína presente nas células que é essencial para que o vírus se multiplique e se espalhe pelo corpo.

Estes resultados, juntamente com o fato de o medicamento já estar sendo usado em humanos para o tratamento do mieloma múltiplo, sugerem que o remédio é potencialmente seguro para ser testado em pacientes humanos infectados com a COVID-19. É, por isso, necessário esperar o resultado desses testes clínicos para entender qual a dosagem e a possível toxicidade do medicamento.

4. Dexametasona

A dexametasona é um tipo de corticoide muito utilizado em pacientes com problemas respiratórios crônicos, como a asma, mas que também pode ser usado em outros problemas inflamatórios, como artrite ou inflamação da pele. Este medicamento tem sido testado como forma de reduzir os sintomas da COVID-19, já que pode ajudar a diminuir a inflamação no organismo.

De acordo com um estudo sendo feito no Reino Unido [18], a dexametasona parece ser o primeiro medicamento testado a reduzir bastante a taxa de mortalidade de pacientes em estado grave com a COVID-19. Segundo os resultados do estudo, a dexametasona conseguiu diminuir em até ⅓, a taxa de mortalidade após 28 dias da infecção pelo novo coronavírus, especialmente em pessoas que estão precisando ser assistidas com ventilador ou a fazer administração de oxigênio.

É importante lembrar que a dexametasona não elimina o coronavírus do corpo, ajudando apenas a aliviar os sintomas e evitar complicações mais graves.

Atualização 19 de Junho 2020:

A Sociedade Brasileira de Infectologia recomendou o uso de dexametasona por 10 dias para o tratamento de todos os pacientes com COVID-19 internados na UTI com ventilação mecânica ou que precisam de receber oxigênio. No entanto, o corticoide não deve ser usado em casos leves nem como forma de prevenção da infecção [19].

Atualização 17 de Julho 2020:

Segundo uma investigação científica feita no Reino Unido [24], o tratamento feito com dexametasona por 10 dias seguidos parece diminuir a taxa de mortalidade em pacientes com infecção muito grave pelo novo coronavírus, que que necessitam de ventilador. Nestes casos, a taxa de mortalidade parece diminuir de 41,4% para 29,3%. Nos outros pacientes, o efeito do tratamento com dexametasona não apresentou resultados tão marcados.

Atualização 02 de Setembro 2020:

Uma meta-análise realizada com base em 7 ensaios clínicos [29] concluiu que o uso de dexametasona e outros corticoides pode, de fato, reduzir a mortalidade em pacientes críticos infectados por COVID-19.

Atualização 18 de Setembro 2020:

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) [30] aprovou o uso de dexametasona no tratamento de adolescentes e adultos infectados com o novo coronavírus, que estejam precisando de suporte de oxigênio ou ventilação mecânica.

5. Hidroxicloroquina e cloroquina

A hidroxicloroquina, assim como a cloroquina, são duas substâncias que são utilizadas no tratamento de pacientes com malária, lúpus e alguns outros problemas de saúde específicos, mas que ainda não são considerados seguros em todos os casos de COVID-19.

Estudo realizados na França [4] e na China [5], mostraram efeitos promissores da cloroquina e hidroxicloroquina na redução da carga viral e na diminuição do transporte do vírus para o interior das células, reduzindo a capacidade do vírus para se multiplicar, proporcionando, por isso, uma recuperação mais rápida. Porém, estes estudos foram realizados em amostras pequenas e nem todos os testes foram positivos.

Para já, segundo o Ministério da Saúde do Brasil, a cloroquina apenas pode ser utilizada em pessoas internadas no hospital, durante 5 dias, sob observação permanente, para avaliar o surgimento de possíveis efeitos colaterais graves, como problemas cardíacos ou alterações na visão.

Atualização 4 de Abril de 2020:

Um dos estudos que estão a decorrer, com o uso combinado de hidroxicloroquina com o antibiótico azitromicina [9], em França, apresentou resultados promissores, num grupo de 80 pacientes, com sintomas moderados da COVID-19. Neste grupo, foi identificada uma diminuição acentuada da carga viral do novo coronavírus no organismo, após cerca de 8 dias de tratamento, que é inferior à média de 3 semanas apresentada por pessoas que não fizeram qualquer tipo de tratamento específico.

Nesta investigação, dos 80 pacientes estudados, apenas 1 pessoa acabou por falecer, pois teria sido admitida no hospital numa fase bastante avançada da infecção, o que poderá ter dificultado o tratamento.

Estes resultados continuam a apoiar a teoria de que o uso de hidroxicloroquina pode ser uma forma segura de tratar a infecção por COVID-19, especialmente nos casos de sintomas leves a moderados, além de diminuir o risco de transmissão da doença. Ainda assim, é necessário esperar pelo resultado de outros estudos que estão a ser realizados com o medicamento, para obter resultados com uma amostra de população maior.

Atualização 23 de Abril de 2020:

O Conselho Federal de Medicina do Brasil aprovou o uso da Hidroxicloroquina em associação com a Azitromicina a critério do médico, em pacientes com sintomas leves ou moderados, mas que não necessitem de internamento na UTI, em que foram descartadas outras infecções virais, como Influenza ou H1N1, e confirmado o diagnóstico de COVID-19 [12].

Assim, devido à falta de resultados científicos robustos, esta combinação de medicamentos só deve ser utilizada com o consentimento do paciente e com recomendação do médico, após avaliação dos possíveis riscos.

Atualização 22 de Maio de 2020:

De acordo com um estudo feito nos Estados Unidos com 811 pacientes [13], o uso de Cloroquina e Hidroxicloroquina, associadas, ou não, à azitromicina, não parece ter efeitos benéficos no tratamento da COVID-19, parecendo, até, duplicar a taxa de mortalidade dos pacientes, uma vez que estes medicamentos aumentam o risco de problemas cardíacos, especialmente arritmia e fibrilhação atrial.

Até o momento, este é o maior estudo feito com hidroxicloroquina e cloroquina. Uma vez que os resultados apresentados vão contra o que tem vindo a ser afirmado sobre estes medicamentos, mais estudos continuam sendo necessários.

Atualização 25 de Maio de 2020:

A Organização Mundial da Saúde (OMS) suspendeu temporariamente as pesquisas com hidroxicloroquina que coordenava em vários países. A suspensão deverá ser mantida até que a segurança do medicamento seja reavaliada.

Atualização 30 de Maio de 2020:

Estado de Espírito Santo, no Brasil, retirou a indicação do uso de cloroquina nos pacientes com COVID-19 em estado grave.

Além disso, procuradores do Ministério Público Federal de São Paulo, Rio de Janeiro, Sergipe e Pernambuco pedem suspensão da normativa que indica o uso da hidroxicloroquina e cloroquina no tratamento dos pacientes com COVID-19.

Atualização 4 de Junho de 2020:

A revista "The Lancet" retirou a publicação do estudo feito com 811 pacientes que demonstrava que o uso de hidroxicloroquina e cloroquina não apresentavam efeitos benéficos para o tratamento da COVID-19, por dificuldade em aceder ao dados primários apresentados no estudo.

Atualização 15 de Junho de 2020:

A FDA, que é o principal órgão regulador de medicamentos dos Estados Unidos, retirou a permissão de emergência para o uso de cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento da COVID-19 [17], dando como justificação o elevado nível de risco do medicamento e os aparentes baixos potenciais para o tratamento do novo coronavírus.

Atualização 17 de Julho de 2020:

A Sociedade Brasileira de Infectologia [25] recomenda que o uso de hidroxicloroquina no tratamento da COVID-19 seja abandonado, em qualquer fase da infecção.

Atualização 23 de Julho de 2020:

De acordo com um estudo brasileiro [27], feito em conjunto entre os Hospitais Albert Einstein, HCor, Sírio-Libanês, Moinhos de Vento, Oswaldo Cruz e Beneficência Portuguesa, o uso de hidroxicloroquina, associado ou não à azitromicina, não parece ter qualquer efeito no tratamento de pacientes leves a moderados infectados com o novo coronavírus.

6. Molnupiravir

O molnupiravir é um remédio experimental que está sendo desenvolvido pelos laboratórios Merck e que tem como objetivo impedir a replicação do novo coronavírus no corpo, o que deverá facilitar a eliminação do vírus, acelerando a cura em pacientes infectados.

De acordo com um estudo de 2ª fase feito pelo laboratório [40], o molnupiravir demonstrou ser capaz de diminuir o tempo desde que a pessoa é infectada até que volta a ter um resultado negativo no teste de COVID-19, apoiando a ideia de que pode acelerar a cura da infecção. No entanto, ainda são necessários mais estudos para assegurar a eficácia e a segurança do medicamento, de forma a que seja aprovado para o tratamento da COVID-19.

7. Colchicina

De acordo com um estudo realizado no Canada [38], a colchicina, um medicamento muito utilizado no tratamento de problemas reumatológicos, como a gota, pode ajudar no tratamento de pacientes com COVID-19.

Segundo os investigadores, o grupo de pacientes tratados com este medicamento desde o diagnóstico da infecção, quando comparados com o grupo que fez uso de um placebo, apresentaram uma diminuição acentuada no risco de desenvolver a forma grave da infecção. Além disso, também foi relatada uma redução das taxas de internamento e mortalidade.

8. Mefloquina

A mefloquina é um medicamento indicado para a prevenção e tratamento da malária, em pessoas que pretendem viajar para áreas endêmicas. Fundamentando-se em estudos que foram feitos na China e em Itália[6], está a ser estudado na Rússia, um esquema terapêutico em que a mefloquina é combinada com outros medicamentos, para verificar a sua eficácia no controle da doença COVID-19, mas ainda não existem resultados conclusivos.

Assim, o uso da mefloquina para o tratamento da infecção pelo novo coronavírus ainda não é recomendado porque são necessários mais estudos para comprovar a sua eficácia e segurança.

9. Tocilizumabe

O tocilizumabe é um medicamento que diminui a ação do sistema imune e que, por isso, é normalmente utilizado no tratamento de pacientes com artrite reumatoide, para diminuir a resposta imune exacerbada, reduzindo a inflamação e aliviando os sintomas.

Este medicamento está sendo estudado para auxiliar no tratamento da COVID-19, principalmente nas fases mais avançadas da infecção, quando existe um grande número de substâncias inflamatórias sendo produzidas pelo sistema imunológico, que podem agravar o quadro clínico.

Segundo um estudo feito na China [10] em 15 pacientes infectados com COVID-19, o uso de tocilizumabe demonstrou ser mais eficaz e causar menos efeitos colaterais, comparativamente aos corticoides, que são os medicamentos geralmente utilizados no controle da inflamação gerada pela resposta imune.

Ainda assim, mais estudos precisam ser realizados, para entender qual a melhor dose, determinar o esquema de tratamento e descobrir quais os possíveis efeitos colaterais.

Atualização 29 de Abril de 2020:

De acordo com um novo estudo feito na China com 21 pacientes infectados com COVID-19[14], o tratamento com tocilizumabe parece ser capaz de reduzir os sintomas da infecção logo após a administração do medicamento, diminuindo a febre, aliviando a sensação de aperto no peito e melhorando os níveis de oxigênio.

Este estudo foi feito em pacientes com sintomas graves da infecção e sugere que o tratamento com tocilizumabe deve ser iniciado o mais rápido possível quando o paciente passa de uma situação moderada para uma situação grave de infecção pelo novo coronavírus.

Atualização 11 de Julho de 2020:

Uma nova investigação feita pela Universidade de Michigan nos Estados Unidos [28], concluiu que o uso de tocilizumabe em pacientes com COVID-19 parece reduzir a taxa de mortalidade em pacientes sendo ventilados, embora tenha aumentado o risco de aparecimento de outras infecções.

10. Plasma convalescente

O plasma convalescente é um tipo de tratamento biológico em que é retirado, de pessoas que já estiveram infectadas pelo coronavírus e que estão recuperadas, uma amostra de sangue que, depois, passa por alguns processos de centrifugação para separar o plasma dos glóbulos vermelhos. Por fim, esse plasma é injetado na pessoa doente, para ajudar o sistema imunológico a combater o vírus.

A teoria por trás deste tipo de tratamento é de que os anticorpos que foram produzidos pelo corpo da pessoa que esteve infectada, e que ficaram no plasma, podem ser transferidos para o sangue de outra pessoa que ainda está com a doença, ajudando a fortalecer a imunidade e facilitando a eliminação do vírus.

Segundo a Nota Técnica nº 21 liberada pela Anvisa, no Brasil, o plasma convalescente pode ser utilizado como tratamento experimental em pacientes infectados com o novo coronavírus, desde que sejam seguidas todas as regras de Vigilância Sanitária. Além disso, todos os casos que fizerem uso do plasma convalescente para o tratamento da COVID-19 devem ser reportados para a Coordenação-Geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde.

11. Avifavir

O Avifavir é um medicamento produzido na Rússia que tem como princípio ativo a substância favipiravir, que segundo o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF) [21] é capaz de tratar a infecção por coronavírus, tendo sido incluído nos protocolos de tratamento e prevenção da COVID-19 na Rússia.

De acordo com os estudos sendo feitos, em 10 dias, o Avifavir não apresentou novos efeitos colaterais e, em 4 dias, 65% dos pacientes tratados apresentaram teste negativo para a COVID-19.

12. Baricitinib

A FDA autorizou o uso emergencial do medicamento Baricitinib no tratamento de infecções graves por COVID-19 [32], em combinação com o remédio Remdesivir. O Baricitinib é uma substância que reduz a resposta do sistema imune, diminuindo a ação das enzimas que promovem a inflamação e já era utilizado anteriormente em casos de artrite reumatoide.

De acordo com a FDA, esta combinação pode ser utilizada em pacientes adultos e crianças com mais de 2 anos, internados e a necessitar de tratamento com oxigênio ou ventilação mecânica.

13. EXO-CD24

O EXO-CD24 é um medicamento indicado no tratamento contra o câncer de ovário e que foi capaz de curar 29 de 30 pacientes com COVID-19. No entanto, ainda estão sendo realizados mais estudos, com um número maior de pessoas, com o objetivo de verificar se este medicamento teria eficácia no tratamento da doença e a dose considerada segura para o uso.

Opções de remédios naturais para o coronavírus

Até o momento não existem remédios naturais comprovados para eliminar o coronavírus e ajudar na cura da COVID-19, no entanto, a OMS reconhece que a planta Artemisia annua poderá ajudar no tratamento [11], especialmente em locais em que o acesso a medicamentos é mais difícil e a planta é utilizada na medicina tradicional, como acontece em várias regiões da África.

As folhas da planta Artemisia annua são utilizadas tradicionalmente em África para ajudar no tratamento da malária e, por isso, a OMS reconhece que é válida a necessidade de se fazerem estudos para entender se a planta também poderá ser usada no tratamento da COVID-19, uma vez que alguns medicamentos sintéticos contra a malária também têm apresentado resultados promissores.

Ainda assim, é importante lembrar que o uso da planta não foi confirmado contra a COVID-19 e que mais investigações são necessárias.

Créditos: Tua Saúde - Manuel ReisEnfermeiro

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