Não dizem que coração de mãe sempre cabe mais um? Pois o peito de Arely Vieira, de 37 anos, tem um cantinho exclusivo para pessoas muito especiais. Esta mãezona tem dois filhos biológicos, um deles com autismo, o Samuel. Ela já havia adotado mais duas crianças com necessidades especiais, a Elizabeth e o Paulo, e agora a casa vai ganhar mais um anjinho: um menino de 6 anos que nasceu prematuro e teve sequelas por negligência médica.
“Eu acredito no potencial de cada criança, que com estímulos diários ela vai desenvolver, ter mais autonomia, independência. Eu acredito na criança, acredito que segurando suas mãos ela vai longe, que podemos conquistar muito além”, disse Arely.
O processo de adoção está no momento da acolhida. As sequelas do garoto são graves, mas isso não a desmotiva. “Ainda que o diagnóstico seja que ele tem pouco tempo de vida, eu darei de tudo pra que ele tenha o melhor tempo de todos. Por ele e por todos os meus filhos”, disse.
A história de Arely vai além de uma mãe de cinco que se dedica a crianças com algum comprometimento. Aos 16 anos de idade ela foi abusada pelo tio e decidiu que iria proteger crianças vulneráveis da maldade do mundo, como essas crianças com necessidades especiais.
“Foi o pior momento da minha vida, eu fiquei destruída fisicamente e emocionalmente. Foram anos de muita dor, até que um dia, eu não suportando mais, pedi que Deus me ajudasse e me curasse, e assim foi. Recebi o maior amor do mundo, toda dor foi curada e eu fui transformada. Minhas cicatrizes se transformaram em asas”, disse.
Arely adotou primeiro a Elizabete. Ela tem paralisia cerebral e as duas se conheceram há 9 anos. Em 2017, ficou sabendo que a garota estava na fila para adoção e resolveu que a levaria para casa. “Eu senti que tinha encontrado a minha filha”.
Depois, ficou sabendo da história de Paulo, de 14 anos, tetraplégico e vítima de maus-tratos. Seu coração falou mais alto e ele também foi adotado. Agora, será a vez do garotinho de 6 anos.
“O que me motivou é pensar que muitas crianças com deficiência que estão acolhidas são invisíveis para o perfil de muitos. Crianças maravilhosas, que precisam de muito amor, que trazem no seu olhar luz, afeto e muito aprendizado”, disse.
Ela e o esposo, Marcelo, que é motorista de ônibus em Guaratinguetá (SP), se desdobram para dar conta da família. “Eu digo que a adoção especial traz sim muitos desafios, idas diárias a clínicas de reabilitação, consultórios médicos. Muitas vezes não somos chamados pra festinhas infantis, encontramos muita falta de acessibilidade e inclusão”, confidenciou.Só que a gratificação é maior que tudo. “Aquele sorriso doce que ao te ver se abrirá, os olhinhos fixos em você, o abraço quentinho que você vai receber a todo instante, as conquistas serão comemoradas fervorosamente. E todo o amor que você sentirá e receberá, um amor sem igual. Minha maior felicidade é fazê-los felizes”, finalizou.
O casal recebe um benefício do governo para as crianças, mas todo o valor é usado para comprar medicamentos, alimentação e outros itens básicos. Por isso, insistimos! Sua contribuição é essencial: acesse aqui a vaquinha da VOAA e faça sua doação.
Créditos: Portal Razões para Acreditar