A vacina da gripe protege contra os diferentes tipos do vírus Influenza, que é responsável pelo desenvolvimento da gripe. No entanto, como este vírus sofre muitas mutações ao longo do tempo, vai-se tornando cada vez mais resistente e, por isso, a vacina precisa ser refeita todos os anos para proteger contra as novas formas do vírus.
A vacina é aplicada através de uma injeção no braço e ajuda o corpo a desenvolver imunidade contra a gripe, evitando o surgimento de complicações graves como pneumonia e outros problemas respiratórios, além de hospitalização e morte. Para isso, a vacina expõe a pessoa a uma pequena dose do vírus inativado da gripe, o que já é suficiente para "treinar" o sistema de defesa para se defender caso um dia venha a estar em contato com um vírus vivo.
A vacina é disponibilizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para as pessoas que pertençam aos grupos de risco, mas também pode ser encontrada em clínicas particulares de vacinação.
Idealmente, a vacina da gripe deve ser administrada em pessoas que têm maior probabilidade de entrar em contato com o vírus da gripe e desenvolver sintomas e/ou complicações. Assim, a vacina é recomendada pelo Ministério da Saúde nos seguintes casos:
Além disso, presidiários e outras pessoas privadas de liberdade também devem ser vacinadas, especialmente devido às condições do local onde se encontram, que facilita a transmissão de doenças.
A vacina da gripe protege contra diferentes grupos do vírus da gripe, incluindo o H1N1. No caso das vacinas administradas gratuitamente pelo SUS, protegem contra 3 tipos do vírus: gripe A (H1N1), A (H3N2) e Influenza tipo B, sendo conhecida como trivalente. Já a vacina que pode ser comprada e administrada nas clínicas privadas geralmente é tetravalente, protegendo também contra mais um tipo do vírus Influenza B.
Em qualquer caso, a vacina não protege contra nenhum tipo de coronavírus, incluindo o causador da infecção COVID-19.
Existe a possibilidade de que a administração conjunta das duas vacinas possa causar aumento no surgimento de efeitos colaterais ou diminuição da proteção conferida. Assim, por segurança, é recomendado um período mínimo de 15 dias entre cada vacina.
O Ministério da Saúde do Brasil recomenda que, pessoas que façam parte do grupo prioritário de ambas as vacinas e que sejam chamadas para realizar a vacinação, deem prioridade para a vacina da COVID-19, fazendo depois a vacinação contra a gripe.
No caso de vacinas contra a COVID-19 que precisam de 2 doses administradas com menos de 1 mês de intervalo, como acontece com a vacina da Pfizer ou com a Coronavac, deve-se primeiro fazer as duas doses dessa vacina e só depois receber a vacina da gripe, respeitando o intervalo de 2 semanas desde a 2ª dose.
Já vacinas que precisam de um intervalo maior entre as doses, como é o caso da vacina da AstraZeneca, a vacina da gripe pode ser administrada entre as 2 doses, desde que seja respeitado o período de 2 semanas a partir da 1ª dose da vacina para a COVID-19.
A vacina da gripe oferecida pelo SUS aos grupos de risco normalmente é administrada em postos de saúde, durante campanhas de vacinação. No entanto, essa vacina também pode ser feita por quem não faz parte do grupo de risco, em clínicas privadas, após pagamento da vacina.
A vacina da gripe tem uma duração que pode variar entre 6 a 12 meses e, por isso, deve ser administrada todos os anos, especialmente durante o Outono. Além disso, como os vírus da gripe sofrem rápidas mutações, a nova vacina serve para garantir que o corpo fica protegido contra os novos tipos que foram surgindo ao longo do ano.
Após administrada, a vacina da gripe começa a fazer efeito em 2 a 4 semanas e, por isso, não é capaz de impedir uma gripe que já esteja se desenvolvendo.
Idealmente a vacina deve ser feita até 4 semanas antes do surgimento de qualquer sintoma da gripe. Porém, caso a pessoa já esteja gripada é aconselhado esperar o desaparecimento dos sintomas antes de fazer a vacinação, para evitar que os sintomas naturais da gripe sejam confundidos com uma reação à vacina, por exemplo.
A vacinação irá proteger o organismo contra outra possível infecção com o vírus da gripe.
As reações adversas mais comuns após a aplicação da vacina incluem:
Algumas pessoas podem sentir fadiga, dor no corpo e dor de cabeça, que podem surgir cerca de 6 a 12 horas após a vacinação.
O que fazer: deve-se ficar de repouso e beber muitos líquidos. Caso a dor seja intensa, pode-se tomar analgésicos, como o paracetamol ou a dipirona, desde que indicados por um médico.
Algumas pessoas podem também sentir febre, calafrios e transpirar mais que o normal depois da vacinação, mas geralmente são sintomas transitórios, que surgem 6 a 12 horas após a vacinação, e desaparecem em cerca de 2 dias.
O que fazer: se causarem muito desconforto, pode-se tomar analgésicos e antipiréticos, como o paracetamol ou a dipirona, desde que orientados por um médico.
Outra das reações adversas mais comuns é o aparecimento de alterações no local da administração da vacina, como dor, vermelhidão, endurecimento ou ligeiro inchaço.
O que fazer: pode-se aplicar um pouco de gelo na região protegido com um pano limpo. Porém, caso se verifiquem lesões muito extensas ou limitação dos movimentos, deve-se ir imediatamente ao médico.
Esta vacina é contraindicada para pessoas com hemorragia, síndrome de guillain-barré, problemas de coagulação do sangue como hemofilia ou manchas roxas na pele que surgem com facilidade, desordem neurológica ou doença cerebral.
Além disso, também não deve ser aplicada em pessoas com alergia ao ovo ou ao látex, sistema imune enfraquecido, como no caso de tratamentos do câncer ou se estiver a tomar remédios anticoagulantes, assim como durante a gravidez e lactação.
Durante a gravidez o corpo da mulher fica mais vulnerável a infecções e, por isso, existem grandes chances de pegar gripe. Dessa forma, a grávida faz parte dos grupos de risco para gripe e, por isso, deve fazer a vacinação de forma gratuita nos postos de saúde do SUS.
Créditos: Tua Saúde - Manuel Reis-Enfermeiro Foto: Reprodução