Quando em 2008 o Leão Gaúcho foi resgatado e acolhido no Zoológico de Cascavel, o rei da selva que foi arrancado de seu habitat para virar atração de circo, claramente se tornaria um personagem importante na luta contra os maus-tratos animais. Ao ser encontrado, o felino estava mutilado, porém os bons cuidados e o carinho que recebeu no zoo, proporcionaram longevidade. Com 26 anos, o Gaúcho morreu na manhã desta quarta-feira (18). O rugido será uma lembrança e a história será eternizada para fortalecer campanhas de conscientização sobre preservação da fauna e flora.
“Temos clareza e consciência de que nenhum animal deveria estar em cativeiro, mas nem todos podem ser reinseridos à natureza, infelizmente, à exemplo do Gaúcho. Numa savana a vida média de um Leão é de 11 anos, no circo teria uma vida curta, mas aqui pôde chegar aos 26 anos. O Zoo hoje tem um propósito muito claro. Acolhemos animais selvagens domesticados que foram resgatados ou abandonados, filhotes perdidos que não sobreviveriam sozinhos e animais feridos para recuperação. Precisamos dar a eles maior conforto e cuidados especiais. A missão mais difícil é a consciência humana”, lamenta o gerente de vida silvestre do Zoo, Rodrigo Neca Ribeiro.
HOMENAGEM
Por solicitação do prefeito Leonaldo Paranhos, o felino “galdério” mais simpático do zoo de Cascavel, além de ser homenageado com um quadro no zoológico, também terá sua história transformada em material educativo, para que visitantes – ao terem a experiência de conhecer as espécies – entendam o sentido e importância do local de acolhimento dos animais e que é claro, que o local ideal sempre será a vida silvestre.
“É muito triste a partida do nosso lindo Leão Gaúcho. Ele sempre foi muito bem cuidado, assim como todos os animais que recebemos. Mas esse rei da selva ainda será importante para nós, emprestando sua imagem para que possamos educar as novas gerações. A humanidade já mudou muito em relação ao cuidado com os animais, mas precisamos evoluir muito mais sobre preservação da fauna e flora. A educação é a maior ferramenta de transformação e histórias como a do Leão Gaúcho nos tocam; nos levam à reflexão e mudanças para melhor”, enfatizou o prefeito Paranhos.