O vulcão Cumbre Vieja, na ilha espanhola de La Palma, nas Ilhas Canárias, entrou em erupção por volta de 11h15 deste domingo (Brasília) às 15h15 locais. Os sinais de atividade sísmica tinham-se intensificado nos últimos dias, levando à retirada de 40 pessoas com problemas de mobilidade e de animais.
Imagens na internet mostram o vulcão a expelir lava e uma coluna de fumaça sobre a montanha:
“A erupção começou na zona de Cebeza de Vaca, em El Paso”, disse o governo local através do Twitter. As zonas mais próximas do vulcão começaram a ser evacuadas, apesar da região onde a erupção acontece ser desabitada.
O vulcão lançou grandes colunas de fumaça, cinzas e lava, conforme as imagens transmitidas ao vivo pela televisão pública espanhola por volta das 16h30 (12h30 GMT).
O Cumbre Vieja passou uma semana em alerta total devido ao aumento da atividade sísmica sob ele. Desde sábado (18) o Instituto de Vulcanologia das Ilhas Canárias registrou milhares de sismos de baixa intensidade na área do vulcão, o maior deles teve 3,8 graus na escala Richter.
A última erupção do Cumbre Vieja ocorreu em 1971.
Os serviços de emergência das Ilhas Canárias estão atentos para a eventual necessidade de evacuar milhares de pessoas da região.
Nesta semana, um alerta de tsunami foi notícia no país, devido a iminência da erupção vulcânica. Caso acontecesse – e não deve – uma tsunami gerada pelo Cumbre Vieja atingiria o litoral do país. Mas também causaria devastação não só nas Ilhas Canárias como também na costa norte da África.
Para as atividades vulcânicas do Cumbre Vieja causarem impacto na costa brasileira seria necessário um grande colapso do vulcão. Se isso ocorresse, atingiria toda a costa brasileira, de norte a sul, bem como de outros países banhados pelo Oceano Atlântico. Essa possibilidade, no entanto, é considerada remota por especialistas.
Um estudo do pesquisador norte-americano George Pararas-Carayannis, presidente da Tsunami Society International, afirmou que esse tipo de colapso é “extremamente raro e nunca ocorreu na história registrada”. Além disso, ele afirmou que estudos recentes prevendo a geração de tsunamis a partir da erupção do Cumbre Vieja foram baseados em suposições incorretas.
Pararas-Carayannis acrescentou em seu estudo que uma “atenção e publicidade inapropriadas da mídia a tais resultados probabilísticos têm criado uma ansiedade desnecessária de que megatsunamis poderiam ser iminentes e devastar populações costeiras em localidades distantes da origem – nos oceanos Atlântico e Pacífico”.
Já o geólogo Mauro Gustavo Reese Filho, da Universidade Federal do Paraná, afirma em estudo que, ainda que as chances sejam remotas, a população costeira do Brasil deveria ser conscientizada. “Estudos mais recentes dizem que as chances de ocorrência são remotas e longínquas, no entanto, o estabelecimento de sistemas de alarme que possibilitam a evacuação de áreas é justificável quando se trata de vidas humanas”, afirmou Reese em seu trabalho, também citado pela Metsul Meteorologia.
O pesquisador brasileiro apontou a falta de cuidados preventivos na costa brasileira. Ele parte do princípio de que uma mera possibilidade de desastre já indica a necessidade de ações preliminares. “A possibilidade de ocorrência deste evento por si só deveria ser razão para a prevenção de todos os tipos de danos na costa brasileira, porém até o momento nada foi feito. A falta de informação é a principal causadora deste problema, pois inclusive no meio geológico muitas pessoas não sabem sobre tal fato”.
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