A Federação Internacional de Diabetes (IDF) divulgou números recentes que preocupam: um em cada dez adultos convive com o diabetes. Em todo o mundo, já são 463 milhões de pessoas com a doença. A mudança no estilo de vida, com uma alimentação mais saudável e a prática de exercícios físicos, é a principal alternativa para prevenir e controlar o problema.
Segundo o endocrinologista Roberto Zagury, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), o exercício pode ajudar também na prevenção para as pessoas com pré-diabetes, porque quem está nessa situação tem em torno de 58% de chances de abrir um quadro de diabetes. Para pacientes com o tipo 2 da doença, a atividade física funciona como tratamento. Se a pessoa fizer pelo menos 150 minutos por semana, terá uma redução nos níveis de glicose semelhante a se estivesse usando uma medicação.
Existem muitos questionamentos sobre o melhor exercício para os pacientes com a glicose alterada.
- O melhor exercício é o que a pessoa gosta de fazer, porque a gente tem uma chance de adesão no médio e no longo prazo muito maior - explica Zagury.
Ainda segundo o especialista, qualquer tipo de exercício serve para tratar o diabetes, mas os aeróbicos, como natação, corrida, bicicleta, são os mais eficientes para reduzir os níveis de glicose. Entretanto, exercícios de força também ajudam.
- Hoje, já dá para afirmar que ambos são eficientes e devem ser realizados conjuntamente - reforça o médico.
Uma outra dúvida que chega aos consultórios com frequência é o dilema entre fazer exercício ou dieta.
- Pensando em termos de hemoglobina glicada, ou seja, em termos de redução dos níveis de glicose, a dieta de maneira geral funciona melhor, e em termos de peso também. Mas o ideal é que tanto dieta, quanto atividade física façam parte do dia a dia dos pacientes - alerta o endocrinologista.
Para quem descobriu que tem diabetes recentemente e quer começar uma atividade física, o ideal é procurar um cardiologista para fazer uma avaliação apropriada.
- Algumas pessoas, quando descobrem o problema, ficam com muito medo de começar a fazer exercícios e ter um problema cardíaco durante a prática da atividade, mas são eventos extremamente raros. O importante é que a pessoa sedentária não comece com exercícios de alta intensidade, e sim vá progredindo dia após dia - explica Roberto Zagury.
Créditos: G1 Saúde - Por Luis Fernando Correia Foto: Reprodução