João Muniz Leite, que foi contador do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está sendo investigado por lavagem de dinheiro do crime organizado, sobretudo do “PCC”, considerada a maior quadrilha criminosa do continente.
Muniz trabalhou como contador de Lula entre os anos de 2013 a 2016. A polícia pediu o sequestro de bens dele à justiça e ao Ministério Público estadual. A informação é do Estadão.
De acordo com o Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), ele e a esposa ganharam 55 vezes em loterias federais durante o ano de 2021, sendo que um dos prêmios foi dividido com um traficante.
Os documentos, que o jornal teve acesso, demonstram que Muniz dividiu o prêmio da Mega-Sena, no valor de R$ 16 milhões, com Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como “Cara Preta”. Ele era um dos principais fornecedores de drogas de um grupo do crime organizado, com origem em São Paulo e que atua no mundo todo.
Nesse caso, o esquema teria ocorrido assim: os R$ 16 milhões foram divididos em cinco partes, sendo que Muniz ficou com duas parcelas, Santa Fausta com três. “Os policiais do Denarc desconfiam que foi com esse dinheiro, esquentado por meio do prêmio pago pela Caixa Econômica Federal, que Santa Fausta comprou a empresa de transporte UPBus em parceria com cinco integrantes do PCC e 18 de seus familiares. A empresa mantém contrato de R$ 600 milhões com a Prefeitura de São Paulo e opera 13 linhas de ônibus na zona leste”, diz a reportagem.
Ainda de acordo com as investigações, Muniz ganhou outras vezes, um montante de R$ 34,1 milhões e a esposa ganhou outras 49 vezes na loteria, um total de R$ 2,16 milhões em prêmios.
Os policiais do Denarc constataram que diversas vezes o casal apostava um valor maior do que recebiam de volta e, por isso, a suspeita que os jogos serviam para esquentar dinheiro ilícito. Também é investigada a lavagem de dinheiro dos valores para abrir empresas com nomes falsos.
A 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro da Capital é a responsável pelo caso.
Créditos: Diário do Poder - Foto: Divulgação