Uma família de cinco pessoas na Venezuela precisa de 19,94 salários mínimos mensais para que possa adquirir a cesta básica, que durante o mês de junho teve um custo de US$ 459,84 (cerca de R$ 2.530), segundo cálculos revelados nesta quinta-feira (21) pelo Centro de Documentação e Análise Social da Federação Venezuelana de Professores (Cendas-FVM).
Segundo a entidade independente, a cesta básica, composta por 60 produtos essenciais, aumentou US$ 160,38 (cerca de R$ 883) em relação a junho do ano passado, quando custava US$ 299,46 (cerca de R$ 1.650).
No entanto, seu preço em moeda estrangeira, durante o mês passado, teve um decréscimo de -3,7% em relação a maio de 2022, quando ficou perto de US$ 477,52 (cerca de R$ 2.630).
Porém, ao fazer o cálculo em moeda local e devido aos aumentos registrados no valor do dólar em relação ao bolívar, em junho, a cesta básica teve um custo de 2.593,47 bolívares, um aumento de 5,1% em relação ao mês de maio, quando custava 2.468,76 bolívares.
O item que apresentou maior aumento foi o de gorduras e óleos, com variação de 18,6%, seguido de cereais e derivados, com alta de 18,1%, e café, que avançou 16,9%, sempre de acordo com os dados do Cendas-FVM.
Na semana passada, o ditador Nicolás Maduro assegurou que a economia venezuelana cresceu "dois dígitos no primeiro semestre do ano", embora não tenha especificado a cifra, argumentando que essa tarefa cabe ao Banco Central da Venezuela (BCV).
O BCV não publica dados sobre a atividade econômica desde o primeiro trimestre de 2019, quando informou que o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 26,8% face ao mesmo período de 2018.
Segundo cálculos do Observatório de Finanças da Venezuela (OVF), entidade independente composta por especialistas financeiros, a economia cresceu 7,8% no primeiro trimestre de 2022 em relação ao mesmo período de 2021, principalmente devido ao aumento da atividade petrolífera.
Créditos: Gazeta do Povo - Foto: EFE/ RONALD PEÑA