JdeB – Capanema vive de mobilização. É um município de muita luta. E neste momento, a união das forças da comunidade está concentrada na abertura da ponte da aduana, na fronteira com o município argentino de Comandante Andresito, para que nunca feche, ou seja, tenha o fluxo permitido durante 24 horas (atualmente a ponte fica aberta somente das 8 às 17).

“Para o município de Capanema e a nossa região, a ponte internacional não é somente uma obra física, é, acima de tudo, o símbolo que a nossa gente, do passado e do presente, não aceita o descaso e luta para efetivar a integração com os nossos irmãos de Comandante Andresito. Nós acreditamos que a integração não é um conceito vago, pelo contrário, é uma possibilidade concreta de compartilhar as nossas vidas em todos os seus aspectos, cultural, espiritual e material”, diz parte do ofício assinado pelo prefeito Américo Bellé (PDT), pelo vereador Sergio Ullrich (PT, presidente da Câmara), Luiz Henrique Kafer (diretor da Associação Empresarial de Capanema), Fernando Gruhn (presidente do Rotary Club de Capanema) e Márcio Geron (juiz de direito aposentado) e que foi encaminhado em agosto para a doutora Andrea Giovannetti, consulesa do Brasil em Puerto Iguazu.

Deputados

Também foram encaminhados ofícios para os deputados Gleisi Hoffmann (PT) e Zeca Dirceu (PT), e também para o ministro Fernando Haddad (Fazenda).

“As lideranças da fronteira entendem que a ponte sobre o Rio Santo Antônio é estratégica para o desenvolvimento, para o turismo e o comércio”, disse Márcio Geron, que na semana passada esteve no Jornal de Beltrão junto com Luiz Henrique Kafer.

No texto dos documentos, aliás, há também o resgate histórico, lembrando um episódio quem marca a personalidade de Capanema, o injusto fechamento da Estrada do Colono, nos anos 80, e de como isso foi prejudicial. E de como a construção da ponte se encaixou numa espécie de “compensação” para o município. Uma compensação bancada com recursos estaduais, registre-se.

“Somente vossa excelência e sua digna equipe poderão reverter essa tragédia atual, pois o funcionamento ininterrupto do ponto fronteiriço recuperaria a região esquecida, que é importante para a segurança e para o desenvolvimento do Brasil”, diz parte do documento encaminhado para o ministro Haddad. E há o complemento, com sugestão: “a nomeação imediata de funcionários federais para a Aduana de Capanema é mais que fazer funcionar uma aduana construída com dinheiro estadual e municipal, é sobretudo revigorar a soberania brasileira em espaço vital”.

Carlos Carboni, que foi vice-prefeito de Capanema por oito anos (1997-2004) e hoje ocupa uma das diretorias da Itaipu, também foi convidado para a mobilização.

Um passo importante será dado no decorrer deste mês, com uma comitiva do município se deslocando até Brasília, para conversar pessoalmente sobre a pauta. A Amsop também estará presente.