Com apenas 5 anos, uma criança sofreu uma série de traumas. Após perder a mãe, a pequena foi abusada sexualmente pelo próprio pai, 59 anos, e o avô, de 81. O caso aconteceu em 2019, no Planalto Norte de Santa Catarina, e foi denunciado pela madrinha da vítima.
Segundo o delegado Lucas Magalhães, após a mãe da afilhada falecer, a mulher resolveu visitar a criança, pois estaria preocupada com ela por estar inserida em uma família disfuncional, com muitos alcoólatras. Durante a visita, a criança estava muito triste, chorava e contou à madrinha que estava sendo maltratada pelo pai e pelo avô, inclusive com abusos sexuais.
“Ela narrou que após o falecimento da mãe passou a ser mais maltratada que o normal, que os abusos sexuais haviam se intensificado, inclusive através de chantagens sexuais. O pai da criança e o avô faziam chantagem no sentido de presentear a criança somente através de favores sexuais”, explica o delegado.
Prisão e condenação
Conforme Magalhães, a denúncia ocorreu no fim de 2019 e as investigações se desenrolaram durante todo o ano de 2020. Familiares, conhecidos e pessoas envolvidas na família foram ouvidas. O crime foi confirmado, inclusive, por uma irmã adotiva, mais velha que a criança, que contou que foi abusada pelo pai.
Neste ano, o pai e o avô foram condenados a uma pena de 14 anos de prisão, em regime fechado. Os mandados de prisão foram cumpridos neste mês de dezembro. O pai da criança foi localizado trabalhando em uma obra no Centro da cidade de Papanduva. Já o avô estava em uma casa, no interior de Canoinhas.
Sinais de violência sexual
Possíveis casos de violência sexual podem ser identificados por meio de sinais dados pelas vítimas, informa a Polícia Civil. Alteração no comportamento, manter distância de alguns locais ou pessoas podem ser alguns deles.
“Observem suas crianças, qualquer sinal de alteração comportamental, qualquer tipo de manifestação que essa criança passe a ter, de não querer frequentar a casa de parente ou de não querer chegar perto de familiar, são pequenos sinais de que a criança pode manifestar de que pode existir alguma coisa de errado”, explica Magalhães.
O delegado também cita a importância de conversar com as crianças. “Alertem desde cedo quais partes do corpo podem ser tocadas ou não, que determinadas brincadeiras não podem ser aceitas e que o corpo dela deve ser respeitado”, conclui.
Créditos: ND+