Um homem está internado há um mês no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), em Brasília, por causa de uma hemoptise grave, ou seja, a presença de sangue na tosse. Os médicos acreditam que o problema seja causado pelo uso do cigarro eletrônico, que tem venda proibida no Brasil.
O paciente é usuário de vape há três meses. À TV Globo, ele contou que estava tossindo sangue há um mês, quando decidiu buscar ajuda de um profissional.
'O quadro foi só piorando a cada dia. Eu fui a um pneumologista particular, só que ele passou muitos exames que não deram alteração", diz o homem.
O médico recomendou que o paciente voltasse para casa. No entanto, os sintomas persistiram e ele procurou o pronto-socorro do HRAN, da rede pública. O homem conta que, durante a internação, chegou a tossir 600 ml de sangue em um dia.
'Impactos [do vape] a longo prazo são imprevisíveis', diz pneumologista
O médico pneumologista do HRAN Paulo Feitosa diz que o cigarro eletrônico, apesar do pouco tempo de criação, já está relacionado a diversos problemas de saúde. 'Os impactos a longo prazo ainda são desconhecidos, mas os impactos a curto prazo já são visíveis', aponta o médico.
“Infelizmente, muitos jovens estão usando o cigarro eletrônico e vai ser uma questão de tempo para a gente ver as consequências. Isso aconteceu com o tabaco também. As pessoas começaram com tosse e, com o tempo, só foi se agravando e apareceu o câncer de pulmão", diz o pneumologista
Os cigarros eletrônicos existem desde 2005 e foram apresentados pelo mercado como uma redução de danos para quem fuma. Eles seriam uma forma menos prejudicial à saúde de continuar fumando, segundo os fabricantes. No entanto, não há dados científicos que comprovem que, de fato, ele sejam mais seguros.
Venda proibida
De acordo com a regra em vigor desde 2009, é proibida a comercialização, a importação e a propaganda de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar. Os acessórios e refis usados nos vapes também são proibidos no Brasil.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) abriu nesta terça-feira (12) uma consulta pública sobre a liberação ou não de cigarros eletrônicos. A consulta fica aberta até o dia 9 de fevereiro e tem o prazo de 60 dias.
Créditos: G1PR