Um menino de 3 anos presenciou o momento que o pai espancou a mãe na casa onde viviam, em Curitiba, e se revoltou com a cena que viu. O caso aconteceu em março deste ano e a mulher denunciou o homem à Delegacia da Mulher. Ela conversou com exclusividade com a RICtv e relatou a situação.
A vítima já havia denunciado o marido, um advogado de 27 anos, em dezembro de 2023. Na época, ele foi gravado agredindo a esposa com bebê no colo, dentro do apartamento onde viviam. No entanto, ela retirou a queixa contra o homem, por acreditar nas promessas dele. Segundo a reportagem, ele insistiu em reatar, com a promessa pedir ajudar psicológica e de começar a frequentar a igreja.
Porém, não foi o que aconteceu. Como ele voltou a praticar os atos de violência, ela passou a usar um gravador de áudio preso à blusa, o que permitiu a gravação do áudio no qual o filho se revolta contra o pai:
Filho – Vai lá e pede desculpa pra minha mãe”
Suspeito – Ahn?
Filho – Desculpa…Pra minha mãe.
Suspeito – Desculpa pra sua mãe? Por quê?
Filho: Porque você bateu a cabeça da mamãe no chão.
Filho presenciou violência contra mãe diversas vezes
A mãe do menino de 3 anos contou que o menino presenciou a violência do pai contra a mãe por várias vezes. Na última delas, em março deste ano, a mulher diz que pensou que fosse morrer. “Ele me enforcou a ponto de eu perder o ar”.
Ela também relatou que chegou a viver como em um cárcere privado. “Me colocou em uma situação dentro da casa dele como fosse um cárcere, porque não tinha condições de mudar dali. As situações de violência logo retomaram em intensidade maior que era, inclusive, de palavrões, agressões físicas, enforcamento, me jogava contra a parede, socava minha cabeça”, contou.
De janeiro até março, quando ela decidiu dar o basta, foram várias agressões. “Somente no dia 9 de março, foram cinco vezes”, recorda a mulher.
Segurança particular e ameaças
A mulher teve que contratar segurança particular, pois perdeu a medida protetiva quando aceitou o homem de volta. Três advogados renunciaram à defesa da vítima, por serem perseguidos. Além disso, o homem processou testemunhas e até a delegada responsável pelo caso.
A mulher diz que se arrepende de ter acreditado no pai do filho dela e não recomenda o mesmo a outras pessoas nesta situação. “Pra qualquer pessoa que passe pelo que passei, o meio correto é a delegacia e o judiciário. Temos a Lei Maria da Penha e a Lei Henry Borel”.
A reportagem da RICtv procurou pelo advogado suspeito de agressões contra a esposa, mas ele não quis se manifestar. A OAB-PR, por meio de nota, informou que o caso é sigiloso e que ele foi suspenso. Também informou que um mandado de prisão foi expedido contra ele no ano passado. O registro, no entanto, está ativo.
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