A presença de cães de busca e resgate é a principal novidade na terceira equipe da força-tarefa que está sendo enviada pelo Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR) em apoio ao Rio Grande do Sul. O novo grupo, que vai substituir o efetivo que está em ação desde a semana passada, vai se deslocar em duas etapas.
A primeira parte, composta por 20 bombeiros militares, já seguiu nesta sexta-feira (17), por terra, rumo ao estado vizinho. A segunda, integrada por três bombeiros e dois cães, será transportada por um avião da Casa Militar no próximo domingo. A equipe que atualmente trabalha no território gaúcho retorna ao Paraná assim que esse novo contingente chegar lá.
Os binômios, como são chamadas as duplas compostas pelo cão e pelo bombeiro militar que o conduz, vão atuar na região serrana gaúcha. “Estamos enviando dois binômios para Bento Gonçalves, a pedido do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul, para ajudar na busca por pessoas desaparecidas em áreas deslizadas”, relatou o major Ícaro Gabriel Greinert, comandante do Grupo de Operações de Socorro Tático (GOST).
Essa missão específica ficará a cargo do sargento Lucas Zemuner Berzotti, do 3º Grupamento de Bombeiros, de Londrina, e do cabo Rodrigo de Oliveira Santos, do GOST, ao lado, respectivamente, dos cães Eva e Skull. Ambos participaram, com sucesso, da 1ª Certificação Nacional de Cães de Busca e Resgate, em Cianorte, no início do mês.
“Enfrentaremos um cenário muito triste e difícil. Estive no ano passado no Vale do Taquari, mas trabalhei com outro cão. Com a certificação que fizemos recentemente em Cianorte, habilitamos a Eva também, que é um cachorro mais jovem, com muito mais vitalidade; acredito que está no auge e vai ser muito importante nesse trabalho”, relatou Berzotti.
“O trabalho dos cães é muito difícil. Ele está procurando uma pessoa que ele nunca viu, num lugar onde ele nunca esteve. É uma complexidade muito grande, mas é por isso que treinamos muito esses cães, que eles passam por tantas provas”, complementou o bombeiro de Londrina.
“São cães extremamente preparados para essa finalidade, eles varrem as áreas em busca do odor, no caso de corpos. Quando eles encontram, identificam os pontos por meio de latidos e a equipe da força-tarefa vai fazer as escavações, retirar os escombros para resgatar essas vítimas”, concluiu, explicando como funciona a parceria com os animais.
FORÇA-TAREFA – A maior parte da equipe do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná ainda deve seguir atuando na cidade de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A atividade, no entanto, vem mudando de acordo com a alteração do cenário na região, especialmente com a redução no nível dos rios. O cenário de salvamento de pessoas em perigo deu lugar ao de ajuda humanitária. O próximo passo é a localização dos desaparecidos.
“A gente teve uma primeira fase de operações em que a força-tarefa foi a primeira força pública a chegar em vários locais do Rio Grande do Sul. Naquele momento, fizemos muitos salvamentos. Passou-se então para a segunda fase, com a intensificação de ajuda humanitária, para buscar quem em um primeiro momento não quis sair de casa, para buscar animais domésticos, e para levar água e alimentos a áreas isoladas”, contou o subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná, coronel Antonio Geraldo Hiller Lino.
“Vamos passar para uma nova fase logo, em que os nossos binômios vão passar a ser empregados, que é de buscas, infelizmente, de possíveis vítimas fatais das cheias”, acrescentou o coronel. “As fases vão avançando e o nosso pessoal tem capacitação e vai se encaixando em todas elas. O povo gaúcho pode ter essa certeza de que o estado do Paraná está enviando, por meio do CBMPR, o melhor que ele tem para o atendimento dos nossos irmãos”.