31/07/2024
La Niña: o que esperar do fênomeno no Paraná?

Em setembro, o La Niña poderá se manifestar em regiões do Brasil. O fenômeno é o oposto do El Niño e causa resfriamento das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial. Tradicionalmente, o La Niña tem interferência nas temperaturas, chuvas e estiagem em diferentes regiões do país.

 

 
 
 

Esse fenômeno climático, caracterizado por temperaturas mais frias do que o normal, tem potencial para afetar diferentes aspectos da vida no Paraná, desde a agricultura até as condições de conforto da população, e deve ser percebido no segundo semestre deste ano.

Em entrevista ao GMC Online, o meteorologista do Simepar, Reinaldo Kneib, explicou que o fenômeno ocorre quando as águas do Oceano Pacífico Equatorial apresentam anomalias de temperatura da superfície do mar abaixo de -0,5 °C, o que é suficiente para alterar a circulação geral da atmosfera sobre a região afetada, caracterizando a fase fria do ENOS (El Niño – Oscilação Sul), um sistema oceano-atmosférico acoplado.

Impactos do La Niña no Paraná
Reinaldo ainda ressaltou que a intensidade e configuração do fenômeno podem trazer diferentes impactos. Durante o inverno, o impacto no volume de chuva não será significativo, dada a natureza naturalmente mais seca do período. No entanto, em casos de La Niña forte, pode haver atraso no retorno das chuvas, que normalmente ocorrem a partir da segunda quinzena de outubro em diante. Além disso, espera-se uma redução na temperatura média do ar ao longo do inverno e primavera de 2024, com possíveis ondas de ar frio tardias, podendo resultar em geadas, principalmente nas regiões Oeste, Sudoeste, Central e Sul do Paraná.

“Essas condições climáticas adversas podem afetar negativamente a agricultura, causando atrasos e redução na produtividade durante a fase de germinação dos cultivos, devido à falta de precipitação e à umidade do solo abaixo do normal para essa época do ano”, disse ao GMC Online.

Há uma possibilidade de que a La Niña continue impactando o clima do Paraná até o verão de 2024/2025, potencialmente causando secas e desabastecimento urbano. No entanto, Reinaldo ressalta que esse cenário ainda precisa ser monitorado e avaliado conforme o desenvolvimento e as projeções futuras do fenômeno.

Porém, a previsão aponta que no inverno a temperatura deve ficar em torno de 1º C a 2º C acima da média para a estação, consequência do La Niña.

La Niña no Brasil
Com o La Niña, poderá haver aumento das chuvas nas regiões Norte e Nordeste. Na região Sul, quando o fenômeno se apresenta de maneira mais expressiva, há redução nas chuvas. Países vizinhos como Argentina e Paraguai também podem ser afetados com tendência de diminuição nas precipitações.

Entenda o que é o fenômeno La Niña
O La Niña é um fenômeno climático oposto, caracterizado pelo esfriamento das águas superficiais do Pacífico e pela consequente queda nas temperaturas globais. No Brasil, ele costuma causar fortes chuvas nas Regiões Norte e Nordeste, mas, no Sul, há elevação das temperaturas e seca.

Na última vez em que vigorou, o fenômeno teve a duração de três anos. “O La Niña potencializa as ondas de frio nos períodos de outono-inverno e primavera. Por outro lado, é preciso lembrar que áreas da América do Sul em Argentina, Uruguai, Paraguai e Sul do Brasil podem ter forte estiagem e ondas de calor intensas, como em 2021/2022”, afirma a meteorologista Estael Sias, da MetSul.

De acordo com a NOOA, o El Niño deve estender seus efeitos até maio. Após esse mês, segue um período de neutralidade climática e, então, começa a se formar o La Niña. Não necessariamente os dois eventos se sucedem imediatamente, explica Estael. Eles podem se prolongar e se repetir.

 

Créditos: GMC Online (Foto: Agência Brasil)

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