O chamado sistema cage-free é relativamente novo no Brasil mas vem ganhando espaço diante de consumidores mais exigentes com as práticas de bem-estar animal. O modelo permite a produção de ovos provenientes de galinhas criadas livres, sem gaiolas.
No sistema intensivo de produção era comum que as poedeiras passassem toda a sua vida produtiva confinadas em gaiolas apertadas, sofrendo com estresse e trato desumanizado. Isso refletia na qualidade dos ovos. Países como Nova Zelândia e participantes da União Européia e vários estados norte-americanos já proibiram o método de criação convencional com o uso de gaiolas.
No cage-free as galinhas são criadas soltas e há abrigos que devem proteger as aves de chuva e predadores. Elas devem circular livremente e ter acesso a comida e água sem competição, estimulando seu comportamento natural.
No Brasil o movimento está começando a ganhar força. De acordo com a Humane Society International (HSI), organização que preza pelo tratamento humanizado na criação de aves, em um ano houve aumento de 10 vezes no número de empresas brasileiras comprometidas com a causa, interessadas em abolir o consumo de ovos de criações intensivas. Até 2025 estima-se que serão pelo menos 50 empresas.
Nesta semana a BRF, uma das maiores produtoras de frango do mundo, anunciou que, já a partir de setembro, só utilizará ovos de galinhas livres em seus produtos. O compromisso vem cinco anos antes do que foi assumido com o Brasil. Por ano, a Companhia utiliza no País mais de 23 milhões de ovos na produção de industrializados.
“Acreditamos que abra mais espaço para que outras ações que favoreçam o bem-estar animal possam ser implementadas em breve. Um ganha-ganha para a empresa, os consumidores e os animais”, salienta a diretora-executiva da World Animal Protection no Brasil, Helena Pavese.
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