Estudo feito pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE/PR) aponta que apesar de terem implantando medidas “aceitáveis” para garantir a continuidade da educação pública com as aulas presenciais suspensas desde março de 2020 por causa da pandemia do Covid-19, os municípios paranaenses ainda enfrentam dificuldades com o ensino remoto. As principais se referem ao controle de frequência e avaliação dos resultados das aulas online, e das medidas para atenderem alunos com dificuldades de acesso à internet.
O relatório foi elaborado a partir de um questionário composto por 23 questões sobre 12 tópicos foi enviado aos 161 municípios paranaenses com população estimada entre 10 mil e 50 mil habitantes. Destes, foram destacados 40, dos quais 32 consistem naqueles que tiveram as maiores quedas em seu Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) entre 2017 e 2019, sendo os oito restantes aqueles que tiveram os incrementos mais expressivos no indicador dentro do mesmo período.
O relatório destaca que houve uma correlação entre o primeiro grupo com os piores resultados obtidos pelo levantamento, enquanto três dos quatro municípios que demonstraram ter implementado medidas satisfatórias em todas as áreas da pesquisa fazem parte do segundo grupo.
Videoaulas
Dos municípios que fizeram parte da amostra, apenas 40% estão disponibilizando atividades em intervalos menores ou iguais a 7 dias. Em relação à avaliação delas, pouco menos da metade das prefeituras estão executando-as na mesma periodicidade, afirma o TCE.
Além disso, apenas 45% dos municípios selecionados disponibiliza videoaulas em mídias digitais para os alunos que, apesar de possuírem computador, não contam com acesso à internet. Também foi constatado que pouco mais da metade das prefeituras comprovou a veiculação de campanhas para conscientizar os pais e responsáveis sobre a importância da manutenção das aulas durante o período da pandemia.
Em relação ao acolhimento emocional de alunos e profissionais da educação, somente metade dos municípios promovem algum tipo de atividade nesse sentido — sendo que a maior parte delas não envolve os educadores. Já em relação à existência de planejamento adequado para a reabertura das escolas, foram poucas as prefeituras que cumpriram o quesito, diz o tribunal. Segundo o órgão, há menos problemas relacionados à elaboração de protocolos para retomar as atividades específicas de cada unidade de ensino, bem como para estimular o uso de materiais de higiene — como álcool em gel — e de equipamentos de proteção individual (EPIs) — como máscaras — quando do efetivo retorno às aulas presenciais.
Créditos: Bem Paraná Foto: SEED/divulgação