18/02/2021
Paraná: Alcoolismo mata uma pessoa a cada seis horas e meia

A cada uma hora e 17 minutos, em média, uma pessoa é internada no Paraná em decorrência de problemas relacionados ao consumo de álcool. E a cada seis horas e meia uma dessas pessoas morre em hospitais no estado por conta desse tipo de situação, revelam dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.

O levantamento foi feito pelo Bem Paraná porque esta quinta-feira, 18 de fevereiro, é o Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo, data instituída para conscientizar os brasileiros sobre o consumo excessivo de álcool e os males que a prática pode ocasionar. O alerta se faz especialmente importante nestes tempos de pandemia, uma vez que foi verificado aumento no consumo de álcool no período de isolamento social.

 

 

 No Paraná, os dados do Ministério da Saúde mostram ainda que entre 2011 e 2019 um total de 61.341 pessoas foram atendidas em estabelecimentos de saúde da rede pública por conta de problemas decorrentes do consumo de álcool. Nesse mesmo período, 12.042 pessoas faleceram por conta de problemas como: transtornos mentais e comportamentais decorrentes do uso de álcool; doença alcoólica do fígado; efeito tóxico do álcool; envenenamento acidental; autointoxicação voluntária; e situações com evidência de alcoolismo por taxas de alcoolemia.

Somente em 2019, último ano com dados disponíveis no SIM, foram 1.234 falecimentos no Paraná, queda de 3,37% na comparação com 2018. No período analisado, o ano com mais mortes relacionadas ao consumo de álcool foi 2011, com 1.498. Já o ano com menos mortes foi 2017, com 1.199.

Entre todas as unidades da federação, o Paraná é o quarto estado com mais óbitos decorrentes de alcoolemia em números absolutos. Apenas São Paulo (29.034), Minas Gerais (19.988) e Bahia (12.224) apresentam estatística mais expressiva no acumulado entre 2011 e 2019.

No Brasil inteiro, foram 154.725 falecimentos nesse período. Houve, então, uma média de 47 óbitos por dia, o que dá quase duas mortes decorrentes do consumo de álcool a cada hora.

Problema atinge principalmente homens, mas avança entre elas

O abuso de álcool traz uma série de consequências, sendo uma delas a cirrose alcoólica. Ao longo dos anos, o abuso de bebidas alcoólicas lesiona o fígado, causando inflamação crônica e fibrose. Quando a fibrose fica muito extensa, as cicatrizes das lesões levam à cirrose, sendo necessário ao paciente realizar um transplante de fígado.

O alcoolismo é ainda uma doença que, historicamente, atinge mais homens do que mulheres em todo o mundo — embora nos últimos tempos o panorama tenha sofrido alterações. Em 2019, por exemplo, os homens foram a vítima em 1.127 dos falecimentos decorrentes do consumo de álcool — o equivalente a 91,3% do total. Em 107 casos, a vítima ra mulher.

Já no que diz respeito às internações, eles responderam por 4.666 dos 5.292 casos no estado no mesmo ano (88,2%). Um ano antes, esse porcentual era de 89,1%.

Número de mortes cresce entre as pessoas mais velhas

Quando considerada a faixa etária das vítimas do consumo abusivo de álcool, verifica-se que nos últimos anos o Paraná tem registrado um aumento importante nos casos mais graves entre a população mais velha, a partir dos 50 anos de idade.

Entre 2011 e 2019, por exemplo, 40,03% dos falecimentos se concentravam na população até os 49 anos de idade. Apenas em 2011, esse porcentual era de 44,39%, mas em 2019 já havia caído para 33,87%.

Por outro lado, no começo da década a população com mais de 50 anos de idade respondia por 55,61% das mortes decorrentes do consumo abusivo de álcool. Em 2019 esse porcentual já era de 66,13%, com crescimento especialmente expressivo na faixa entre 60 e 69 anos.

Mortes decorrentes do consumo de álcool no Paraná

2019: 1.234
2018: 1.277
2017: 1.199
2016: 1.268
2015: 1.333
2014: 1.434
2013: 1.422
2012: 1.377
2011: 1.498
TOTAL: 12.042

Estados com mais óbitos decorrentes do uso de álcool
(acumulado entre 2011 e 2019)

São Paulo: 29.034
Minas Gerais: 19.988
Bahia: 12.224
Paraná: 12.042
Total (Brasil): 154.725

Créditos: Rodolfo Luis Kowalski com informações Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) Foto: Franklin de Freitas

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