A Holanda decidiu nesta sexta-feira, 2, que pessoas com menos de 60 anos não deverão receber a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford. A mesma medida já tinha sido tomada pela Alemanha na terça-feira, 30. Antes disso, na segunda-feira, 29, o Canadá adotou 55 anos como idade mínima para aplicação do imunizante. A justificativa dos três países são os problemas de coagulação que estão aparecendo em pessoas que receberam a vacina há pouco tempo. A Holanda informou que recebeu cinco relatos de mulheres de 25 a 65 anos que desenvolveram trombose após serem vacinadas no país, sendo que uma delas morreu de embolia pulmonar extensa dez dias após receber o imunizante da AstraZeneca.
Na Alemanha, foram 31 casos de trombose e nove vítimas fatais, sendo dois homens de 36 e 57 anos e sete mulheres com idades entre 20 e 63 anos. O Canadá, por sua vez, não registrou nenhum caso de problemas de coagulação do sangue após aplicação da vacina de Oxford, mas se mostrou preocupada com a recorrência em outros países.
A Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos para a Saúde do Reino Unido se posicionou a favor da manutenção do uso do imunizante da AstraZeneca nesta sexta-feira, 4, apesar de ter identificado 30 casos de coágulos sanguíneos. O órgão justificou que os riscos são “muito pequenos”, visto que 18,1 milhões de pessoas receberam a vacina no país. “A decisão de risco e benefício que as pessoas tem quando convidadas a receber a vacina é simples: receber a vacina é de longe a opção mais segura”, garantiu Adam Finn, integrante do Comitê Conjunto de Vacinação e Imunização. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) também já tinham se posicionado sobre o assunto nos dias 17 e 18 de março, respectivamente, afirmando não existir uma ligação direta entre a vacina e os casos de trombose reportados em diversos países. No entanto, a insistência de algumas nações fez com que a EMA anunciasse estar investigando o assunto novamente. Já o Canadá pediu que a própria AstraZeneca realizasse um estudo específico sobre possíveis efeitos colaterais dentro do contexto do seu território.
Créditos: Jovem Pan