Atualizado em 26/04/2021
Menina é estuprada pelo pai e avô, que justificam ser ‘naturalmente safados’

Uma adolescente de 17 anos revelou à Polícia Civil abusos sexuais que ocorriam desde que ela tinha 8 anos pelo pai e avô paterno dela. Os suspeitos, de 35 e 59 anos, foram presos e tiveram computadores apreendidos na última terça-feira (16) pela polícia. Os abusos sexuais ocorriam geralmente em um sítio da família paterna de alto padrão em Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte. A vítima conseguiu filmar alguns dos crimes. 

Segundo o delegado Diego Lopes, da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), as investigações do caso tiveram início em março deste ano quando a vítima e a mãe dela foram à delegacia e denunciaram os crimes. A vítima contou aos policiais que era abusada pelo pai desde 8 anos de idade e depois passou a ser abusada pelo avô, a partir de 12 anos. Os abusos por cada um dos suspeitos ocorria de forma separada e não os dois abusadores ao mesmo tempo.

 

 



“O que nos chamou a atenção  e facilitou bastante a nossa investigação é que a vítima em um dos abusos praticado pelo avô, ela teve a perspicácia de filmar. Ela ligou a câmera do celular e deixou apontada para o teto, mas é possível ouvir o áudio do avô em que ele incentivava a vítima a se mastubar e a cometer outros atos libidinosos. Houve uma tentativa do pai de conjunção carnal com a filha, mas o ato foi impedido por ter aparecido uma testemunha no local do crime”, explicou o delegado. 

A vítima mora com a mãe em Belo Horizonte, mas tinha visitas semanais ou quinzenais ao pai. O avô também tinha um sítio de alto padrão em Vespasiano com piscina e sauna, o que segundo a polícia, era um atrativo para a menina que gostava de ir para o local. Era nesse sítio que vários dos abusos aconteciam. 

Os investigados podem responder pelos crimes de estupro de vulnerável, que tem pena de até 15 anos de reclusão, e de armazenamento ou compartilhamento de imagens de pornografia infantil, com pena de até 4 anos e multa. Eles negaram os crimes para os policiais. 

Avô disse a menina que ela deveria compreender os abusos porque homens da família são “naturalmente safados” e têm um instinto quase animal

Segundo o delegado, a adolescente só revelou para a mãe os abusos agora aos 17 anos. A mãe levou a adolescente a uma psicóloga para quem os crimes foram revelados. A psicóloga  contou sobre os abusos para o marido dela que, por sua vez, contou o crime para a avó paterna que repassou aos suspeitos.

“O avô colocou a vítima dentro do carro e ela muito perspicaz conseguiu fazer novas gravações. A gente consegue ver que é um lugar ermo e escuro e ele tenta coagi-la a desfazer tudo que ela tinha dito ao psicólogo. Mãe e filha ainda não tinham vindo à polícia. Ele fica tentando dissuadi-la falando que ela deveria entender tanto a situação dele quanto a do filho e que eles praticavam tais atos por que eles eram uma família de homens naturalmente safados e isso era um instinto quase que animal. Fala que se ela tocasse em seu órgão sexual ele iria reagir”, conta o delegado. 

A psicóloga e o marido dela, que é médico ginecologista, serão chamados para serem ouvidos, já que revelaram os crimes para os abusadores. Além disso, a situação será oficializada para o Conselho Regional de Psicologia. 

Segundo o delegado, a vítima criou coragem para denunciar para a Polícia Civil após conversar com algumas amigas e por acompanhar campanhas de conscientização. “Cada vez mais as campanhas cumprem seu papel para encorajar as mulheres, de qualquer idade, a denunciar os abusos e violações”, destaca o delegado.

Pornografia infantil em casa dos suspeitos 

Na casa dos suspeitos, também em Vespasiano, foi percebido, pela polícia, que eles têm um padrão aquisitivo muito alto e que têm uma fábrica de próteses dentárias. Na casa, foram encontrados vários computadores que foram apreendidos. Em dos computadores os policiais encontraram material de pornografia infantil compartilhados pela internet. Havia, segundo a polícia, fotos e vídeos pornográficos de crianças, inclusive de outros países como da Rússia.

Créditos: CGN Com informações de Portal O Tempo; Polícia Civil de MG

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