29/04/2021
Ténica em Enfermagem pegou Covid pós-vacina e destaca “chance de não apresentar sintoma mais graves”

Durante um ano, a técnica em Enfermagem Suely Serena, 48 anos, trabalhou na linha de frente da Covid-19, no Hospital Regional do Sudoeste, e não se infectou. Foi só agora, após a vacinação com duas doses da CoronaVac, que ela sentiu na pele o que é estar com a doença. Mas não teve sintomas graves e atribui isso à vacina que recebeu 25 dias antes de apresentar os primeiros sintomas.

Suely atua no sistema de plantão com carga de 24 horas — das 7h, da manhã, às 19h, fica na Ala Covid, e das 19h às 7h, da manhã do outro dia, volta para a Emergência, setor no qual é concursada. Dia 8 de abril, ela encerrou um plantão e saiu para a folga sentindo um pouco de rouquidão. “Eu amanheci trabalhando, mas como é muito ar-condicionado nos quartos, na sala de emergência e na UTI também, daí você sai pro corredor e é quente, eu achei que era por causa do ar. Mas eu fui direto pra UPA. Lá, quando a enfermeira disse que eu tinha dado positivo, meu Deus, achei que eu ia enfartar, me deu medo, sabe, você já viu esse sofrimento, não sabe como o organismo vai reagir”, conta Suely.

Em casa, todos cumpriram isolamento, mas ela ficou sozinha na área de festa, porque era a única positivada até então. A filha Dayane, 26, testou positivo na sequência e teve muita dor de cabeça; o filho Higor, 19, e o marido, Gilson, 45, não se infectaram. A técnica em Enfermagem destaca que não teve outros sintomas, como febre ou dor de cabeça e considera que isso foi consequência da imunização. “A vacina não é 100% eficaz, a vacina do sarampo, por exemplo, já existe há um tempo e mesmo assim apresenta algum caso ainda, mas eu penso assim: se a vacina te dá 50%, 60% de eficácia, são 50% ou 60% de chance pro teu organismo não apresentar sintoma mais grave. Foi o que aconteceu comigo.”

Sem medo
Suely já voltou a trabalhar e reforça que as pessoas não devem ter medo de tomar a vacina: “A gente não tem que ter medo de tomar, eu vejo muito sofrimento lá dentro, é uma situação bem difícil que a gente lida, tu vê o sofrimento dos familiares, dos pacientes. Tá sempre cheio, vaga um leito, já tem um na fila para entrar. As pessoas têm que ter consciência pra não ficar fazendo aglomeração, que o vírus é grave. Tem gente bem mais jovem do que eu que foi a óbito e isso é muito triste; teve muitos que apresentaram sintomas mais graves oito dias depois do contágio. Então, eu tinha muito medo por causa da minha hipertensão. A gente se sente agradecida e elogiada quando alguém sai de lá bem, mas nem todos têm essa chance.

Créditos: Jornal de Beltrão Foto:Reprodução

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