05/05/2021
Velório coletivo: Corpos das vítimas do ataque a creche em Saudades são velados em ginásio

Os corpos das cinco vítimas do ataque a creche Aquarela em Saudades - três bebês e duas profissionais - são velados em um ginásio esportivo, na manhã desta quarta-feira (5). Por volta das 9h, deve acontecer uma missa de corpo presente, com o Bispo Dom Odelir José Magri da Diocese de Chapecó-SC e Pe. Armando Grützmann. Logo após, às 10h, deve acontecer o enterro das vítimas.

De acordo com informações do jornalismo do ClicRDC, os corpos das professoras chegaram por volta da 1h da madrugada. Já os das crianças chegaram por volta das 3h30. Familiares e amigos das vítimas, além da comunidade em geral, chegam ao local para se despedir das vítimas. Há muita comoção no local.

Relembre tudo o que aconteceu na terça-feira (4)

 

 

Três crianças e duas funcionárias de uma escola infantil de Saudades, no Oeste de Santa Catarina, morreram após um ataque de adaga nesta terça-feira (4). O fato foi registrado por volta das 10 horas da manhã, na Escola Pró-Infância Aquarela, localizada no centro da cidade.

Conforme detalhes repassados pela Polícia Civil, o jovem, de 18 anos, chegou ao local de bicicleta. Ele tinha uma mochila com duas facas - a adaga utilizada para cometer o crime e outra que não foi utilizada.

A arma do crime foi apreendida, e conforme a Polícia Civil, o objeto foi comprado pela internet e chegou à residência do suspeito na segunda-feira (3).

Ao entrar no espaço, ele foi indagado por uma professora sobre o que fazia no local. Essa foi a primeira vítima, que mesmo ferida foi até uma sala de aula para proteger os alunos. Nesta sala em questão, estavam quatro crianças e outra funcionária da escola. Todos foram golpeados. Duas crianças menores de dois anos e a professora Keli Adriane, morreram no local.

Imediatamente o desespero tomou conta do espaço, que no horário do ocorrido tinha aproximadamente 30 alunos. Várias professoras se trancaram com as crianças nas salas restantes até o socorro chegar. Os gritos chamaram a atenção. Bebês foram escondidos para evitar que a tragédia tomasse uma proporção maior.

Logo, populares invadiram a escola e detiveram o suspeito que atentou contra a própria vida. Duas crianças foram socorridas com vida. Uma delas foi encaminhada até o Hospital de Saudades, mas não resistiu e morreu. A outra criança - um menino que tem um ano e nove meses - foi transferido para o Hospital Regional do Oeste (HRO). O transporte foi feito pelas equipes do Serviço Aeropolicial da Fronteira (SAER/Fron) e Serviço de Atendimento e Resgate Aeromédico (SARA).

O bebê segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O estado ainda é considerado grave. Conforme informações repassadas, o menino teve ferimentos nos lábios, bochecha, barriga e teve perfuração no pulmão.

A agente educacional na escola atingida na sala de aula foi encaminhada ao Hospital de Saudades mas não resistiu e veio a óbito no início da tarde. Ela foi identificada como Mirla Amanda Renner Costa, de 20 anos.

O Corpo de Bombeiros foi acionado, e encaminhou o autor ferido até a Associação Hospitalar de Pinhalzinho, onde recebeu os primeiros atendimentos. Após, ele foi transferido até o Hospital Regional do Oeste sob escolta policial. Durante a tarde dessa terça-feira (04), Fabiano Kipper Mai passou por cirurgia, mas o estado de saúde ainda é grave. Ele cortou o próprio pescoço.

Em entrevista o Delegado Jerônimo Marçal Ferreira garantiu que a escola foi isolada e que a investigação já começou. Conforme a investigação da Polícia Civil, o jovem tinha alguns hábitos incomuns. Com 18 anos, ainda dormia com o pai, sofria bullying na escola, não tinha celular, tinha poucos amigos e não utilizava celular. De família humilde, o jovem ainda "gostava de maltratar bichinhos", como relatou a irmã durante depoimento. Fabiano trabalhava numa empresa da cidade e conforme a Polícia Civil, guardava dinheiro. A espada que utilizou no crime foi comprada recentemente e entregue na casa da família na segunda-feira (03). O autor de 18 anos, não tem histórico policial. O caso neste momento é isolado. Eletrônicos utilizados por ele já foram apreendidos e passarão por análise.

Durante a tarde desta terça-feira (04) o Instituto Médico Legal retirou os corpos da creche. Ainda em Saudades (SC) coletou também o corpo da agente educacional e de outra criança que estavam no hospital da cidade. Os cinco corpos foram enviados até Chapecó (SC) onde passaram por necropsia.

O velório das vítimas do atentado em Saudades será realizado no módulo esportivo do município, seguindo as normas impostas pela pandemia.

Os corpos, que estão no Instituto Geral de Perícias (IGP) em Chapecó, devem ser liberados com previsão de início entre a noite desta terça-feira (04) e a madrugada da quarta-feira (05). 

Diversas homenagens foram realizadas pelas famílias e entidades de Saudades para amenizar o sofrimento dos parentes e amigos das vítimas. 

Luto oficial por três dias

O prefeito de Saudades, Maciel Schneider declarou luto oficial de três dias na cidade. Ele informou também que o município já organiza equipes para amparar as famílias. As aulas tanto na rede estadual quanto municipal estão suspensas. O clima de consternação é geral, na pequena cidade que tem cerca de 9 mil habitantes.

A Polícia Civil esteve no local e contou com o apoio de guarnições de Pinhalzinho, São Carlos e Chapecó. Diversos policiais estão envolvidos na investigação. Em entrevista o Delegado Regional de Chapecó, Ricardo Casagrande, garantiu que já tem autorização para realizar buscas e fazer apreensões relacionadas ao crime.

A governadora do Estado de Santa Catarina, Daniela Reinehr, decretou no início da tarde, luto oficial de três dias. Em postagem no twitter, ela manifestou profunda tristeza. Ela garantiu ainda que o Governo dará todo o amparo necessário às famílias. No fim da tarde, Daniela se reuniu com autoridades e concedeu entrevista coletiva.

Vítimas já foram identificadas

A professora Keli Adriane Aniecevski, 30 anos, é uma das vítimas identificadas do ataque à escola infantil Pró-Infância Aquarela. Ela trabalhava no local há pelo menos 10 anos.

Fake news

Diversos áudios têm circulado em grupos no WhatsApp sobre um suposto ataque em massa nas demais creches do estado. Após a tragédia, levantou-se a suspeita de que o autor estaria articulado com um grupo que realizaria mais ataques durante o dia, em Chapecó e região. O delegado Jeronimo Marçal Ferreira nega a veracidade do áudio.

Uma Fake News, dando conta de que o pai do jovem de 18 tinha cometido suicídio por conta da tragédia. A informação foi desmentida pela Polícia Civil, que chegou deslocar guarnições para averiguar o caso.

Créditos: Portal tri - Foto:Leonardo Vassoler/ClicRDC

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