A fibromialgia é uma condição neurológica crônica que causa dor generalizada em todo o corpo e aumento da sensibilidade.
O diagnóstico pode ser difícil de alcançar porque não existe um exame específico para detetar a doença, podendo ser necessário excluir outras causas.
Devido aos sintomas crônicos, a fibromialgia afeta tanto a saúde física como a saúde mental, aumentando o risco de depressão e outros transtornos.
Não existe cura para a fibromialgia, mas o tratamento, orientado por um reumatologista, ajuda a melhorar a qualidade de vida.
O que é a fibromialgia?
A fibromialgia é uma condição neurológica crônica que causa dor generalizada em todo o corpo, além de aumentar a sensibilidade à dor. Uma vez que o desconforto causado pela doença se mantém por vários meses e, até, anos, pessoas que sofrem com fibromialgia também têm maior tendência para apresentar cansaço excessivo, problemas de sono e transtornos psicológicos.
Esta condição é mais comum em mulheres e os primeiros sintomas costumam aparecer na idade adulta, geralmente entre os 30 e 50 anos.
Principais sintomas
O principal sintoma da fibromialgia é o aparecimento de dor em todo o corpo, no entanto, essa manifestação também pode ser acompanhada de:
Maior sensibilidade em alguns pontos do corpo;
Cansaço excessivo;
Rigidez muscular;
Dor de cabeça recorrente;
Dificuldade para dormir;
Problemas de memória e concentração.
Em alguns casos, também podem surgir outros sintomas menos frequentes como formigamento nas mãos e/ou pés, dor na mandíbula ou problemas digestivos, especialmente síndrome do intestino irritável.
Também é relativamente comum o aparecimento de uma "névoa mental", na qual a pessoa sente dificuldade de pensamento, o que acaba afetando sua memória e capacidade de concentração. Por este motivo, pessoas com fibromialgia também apresentam um maior risco de desenvolver depressão ou outros transtornos psicológicos.
Pontos gatilho da fibromialgia
A fibromialgia é conhecida por provocar aumento da sensibilidade em alguns "pontos gatilho" do corpo:
Parte superior dos ombros;
Região da nuca;
Laterais do quadril;
Joelhos;
Cotovelos.
Estes pontos eram muito utilizados como forma de diagnosticar a fibromialgia, sendo que o médico realizava pressão sobre os pontos para identificar se a pessoa apresentava mais dor que o normal. Atualmente, o uso desses pontos tem sido menos frequente como forma de chegar no diagnóstico.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico de fibromialgia normalmente é feito por um reumatologista, mas pode ser demorado. Por esse motivo, muitas pessoas acabando sofrendo com a condição durante vários meses sem saber a verdadeira causa. Isso acontece porque não existe um exame capaz de identificar a fibromialgia. Assim o médico precisa avaliar todos os sintomas e ir descartando outras condições clínicas que poderiam apresentar sintomas semelhantes, como hipotireoidismo ou polimialgia reumática.
Os exames que são mais frequentemente pedidos para ajudar o médico a chegar ao diagnóstico são o raio X e os exames de sangue.
O que causa a fibromialgia
A causa específica que leva ao aparecimento da fibromialgia ainda não é conhecida, no entanto, é possível que a condição seja causada por uma alteração a nível neuronal que afeta a forma como a dor é percebida pelo sistema nervoso.
Também existem alguns fatores que parecem aumentar o risco de desenvolver fibromialgia como:
Ter histórico familiar de fibromialgia;
Ter lúpus ou artrite reumatoide;
Viver situações muito estressantes;
Sofrer pancadas repetidas em alguma parte do corpo;
Ter tido alguma infecção viral.
Além disso, ser mulher e ter mais de 30 anos também parecem ser fatores importantes para o aparecimento da fibromialgia, embora a condição possa surgir em pessoas de todos os gêneros e em qualquer idade.
Como é feito o tratamento
Não existe uma cura para a fibromialgia, porém com o tratamento adequado, orientado por um reumatologista, é possível aliviar os sintomas e controlar a doença, melhorando a qualidade de vida. Os tratamentos mais utilizados incluem:
1. Remédios para fibromialgia
Existem três tipos principais de remédios que podem ser indicados pelo médico no tratamento da fibromialgia:
Antidepressivos, como amitriptilina ou fluoxetina: aumentam a concentração de alguns neurotransmissores, como a serotonina, o que ajuda no controle da dor;
Relaxantes musculares, como a ciclobenzaprina: aliviam a rigidez muscular, facilitando o relaxamento do corpo e ajudando no alívio da dor;
Analgésicos, como o tramadol: atuam diretamente na dor.
Quando o tratamento com estes medicamentos não apresenta o efeito desejado, o médico pode ainda avaliar o uso de outras substâncias, como os remédios antiparkinsonianos, que atuam no sistema nervoso central e que podem ajudar a diminuir a dor causada pela fibromialgia.
2. Terapia cognitivo-comportamental
A terapia cognitivo-comportamental é um tipo de psicoterapia que tem como objetivo ajudar a pessoa com fibromialgia a identificar emoções e situações do dia a dia que parecem piorar a dor da fibromialgia. Este tipo de terapia é importante para diminuir os níveis de estresse, que, quando estão elevados, podem ser um fator de agravamento dos sintomas de fibromialgia.
3. Atividade física regular
A atividade física também para tratar a fibromialgia é importante, porém deve-se seguir as indicações do médico e do educador físico, realizando exercícios que ajudem a aliviar a dor e fortalecer e alongar os músculos, como caminhada, natação e hidroginástica, 3 a 5 vezes por semana, durante 30 a 60 minutos.
4. Fisioterapia
Para melhorar os movimentos, o médico também pode indicar realizar sessões de fisioterapia para fibromialgia, pelo menos 2 vezes por semana. Essas sessões podem incluir massagens terapêuticas, alongamentos e exercícios de relaxamento e ajuda a reduzir os sintomas promovendo a analgesia local e melhorando a circulação sanguínea.
Veja no vídeo a seguir alguns exercícios de fisioterapia para fibromialgia:
Créditos: Tua Saúde - Marcelle Pinheiro - Fisioterapeuta