Nesta semana, um socorro de rotina de uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), em Bauru (SP), acabou virando notícia a nível nacional.
Dentro da ambulância, o catador de recicláveis José Antônio Pereira, 47 anos, precisou receber os primeiros socorros às pressas após apresentar convulsões. Depois, foi encaminhado a uma unidade de saúde ao lado de seus dois cachorros de estimação, que se recusaram a sair do veículo.
As duas socorristas do Samu que participaram do atendimento “permitiram” que os doguinhos acompanhassem seu tutor.
A enfermeira-chefe Patrícia Iolanda Antunes conta que o resgate aconteceu no início da tarde desta segunda-feira (1º) no bairro Jardim Ivone.
Ao chegar ao local, a motorista Josyane Plana e a técnica de enfermagem Maria de Lourdes Pereira encontraram o catador de recicláveis caído no chão, confuso e convulsionando. Elas tentaram se aproximar dele, mas os cães não permitiram.
Foi aí que surgiu a ideia de descobrir o nome dos cães (Bob e Chiara), para que eles se acalmassem e possibilitassem o atendimento. Depois, ao colocarem o paciente na viatura, os dois cães entraram e ficaram ao lado do dono.
“As socorristas me chamaram no nosso grupo interno, mandaram a foto dos cães dentro da viatura, e disseram que, ‘se alguém reclamasse’, elas não tiveram outra alternativa a não ser transportar os animais junto ao paciente. Elas justificaram ainda que, se não fosse assim, os cães poderiam correr atrás da ambulância e serem atropelados”, explicou a enfermeira-chefe do Samu.
Em seguida, a equipe ligou para o médico-regulador do serviço para justificar a decisão, uma vez que os animais não abandonariam o homem de jeito algum. O médico aprovou a decisão e todos seguiram viagem.
“Saga de Fidelidade”
Impedidos de entrar na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), os cachorrinhos ficaram na recepção do local esperando notícias de seu tutor.
Seu José teve que passar a noite em observação. Assim, Bob e Chiara deitaram-se na porta da sala de emergência da UPA e passaram a madrugada à espera dele.
Créditos: Razões para Acreditar - POR GABRIEL PIETRO