07/03/2022
Bolsonaro critica política de preços da Petrobras e diz que tem reunião nesta segunda para discutir medidas

O presidente Jair Bolsonaro criticou nesta segunda-feira (7) a paridade no preço do petróleo e disse que o governo tem uma reunião nesta tarde para discutir medidas para a Petrobras não repassar toda a alta dos combustíveis para o consumidor. Bolsonaro deu uma entrevista para a rádio Folha, de Roraima.
A paridade no preço do petróleo significa que a Petrobras paga pelo produto o preço cobrado no mercado internacional e que repassa eventuais altas para refinarias, o que faz o aumenta o preço para o consumidor final.
O Brasil já vinha enfrentando, nos últimos meses, uma forte alta nos combustíveis. Com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, a situação tende a piorar, já que a Rússia é um dos maiores produtores de petróleo do mundo.

 

O preço do barril de petróleo do tipo Brent, referência internacional, saltou 18% e chegou a ultrapassar US$ 139 no início desta segunda, atingindo seu nível mais alto desde 2008, muito perto do recorde absoluto de US$ 147,50 de julho de 2008.
"Agora, tem uma legislação errada feita lá atrás que você tem a paridade com o preço internacional, ou seja, o que é tirado do petróleo, leva-se em conta o preço fora do Brasil, isso não pode continuar acontecendo. Estamos vendo isso aí sem mexer, sem nenhum sobressalto no mercado, e está sendo tratado hoje à tarde em mais uma reunião", afirmou o presidente.

 


Segundo Bolsonaro, a questão do petróleo é "grave", mas poderá ser resolvida. O presidente disse que discutirá nesta segunda-feira alternativas, sem provocar sobressaltos no mercado, com os ministérios da Economia e de Minas e Energia e a Petrobras.
O presidente defende que toda alta do preço do barril de petróleo não seja repassada ao consumidor.
"Se você for repassar isso tudo para o preço dos combustíveis, você tem que dar um aumento em torno de 50% nos combustíveis, não é admissível você fazer. ... A população não aguenta uma alta por esse percentual aqui no Brasil", disse.
 
"Leis feitas erradamente lá atrás atrelaram o preço do barril produzido aqui ao preço lá de fora, esse é o grande problema, nós vamos buscar uma solução para isso de forma bastante responsável", acrescentou.
 

Mineração em terras indígenas
 
Bolsonaro voltou a citar a guerra na Ucrânia para defender a aprovação do projeto de lei que regulamenta mineração em terras indígenas, enviado há dois anos pelo governo ao Congresso Nacional.
Segundo Bolsonaro, a aprovação do projeto poderá liberar a exploração de potássio, usado em fertilizantes no agronegócio, na região da foz do Rio Madeira. Como, o Brasil importa fertilizantes da Rússia, há o risco de falta do produto e de alta do preço dos combustíveis.
"Com essa crise internacional, dada a guerra, o Congresso sinalizou em votar esse projeto em regime de urgência. Eu espero que seja aprovado na Câmara agora em março para que, daqui a dois ou três anos, possamos dizer que não somos mais dependentes de importação de potássio para o nosso agronegócio", disse Bolsonaro.
O blog da Andréia Sadi informou que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pretende discutir nesta terça-feira (8) uma eventual data para votação do projeto.

Créditos: G1

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