16/03/2022
Prepare o bolso! Aneel aprovou empréstimo bilionário para setor elétrico e consumidor irá pagar

No ano passado, por conta da crise hídrica, os brasileiros tiveram um aumento exponencial na conta de energia elétrica, mas como se nossa economia já não estivesse ruim o bastante, ainda mais depois do aumento nos preços de combustíveis, eis que chega a notícia de que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou esta semana um novo empréstimo ao setor elétrico para cobrir os custos da crise energética do ano passado, o que se refletirá em mais aumentos na conta do consumidor.

Dividido em duas partes, o novo empréstimo autorizado pela Aneel ficou definido no valor de R$ 10,5 bilhões. O valor será levantado junto aos bancos públicos e privados, sendo posteriormente cobrado dos consumidores através de um novo encargo aplicado à conta de luz a partir de 2023.

A primeira parte do empréstimo será de até R$ 5,3 bilhões, à vista, cobrindo os seguintes pontos:

 

 

o saldo negativo das bandeiras tarifárias que não arrecadaram o suficiente (R$ 540 milhões);
o custo do bônus pago aos consumidores que economizaram energia no fim do ano passado (R$ 1,68 bilhão),
a postergação de cobranças pelas distribuidoras (R$ 2,33 bilhões);
a importação de energia, entre julho e agosto do ano passado (R$ 790 milhões).
 

Já a segunda parte, estimada em mais R$ 5,2 bilhões, será para cobrir parte do custo da contratação emergencial de energia, realizada em leilão simplificado no ano passado e com período de fornecimento a partir de 1º de maio deste ano.

O empréstimo, feito em regime de financiamento, ainda não teve prazo total e taxa de juros definidos. A previsão da Aneel é que a operação saia até a primeira quinzena de abril.

Vale lembrar que uma medida provisória e um decreto editados pelo governo deram suporte legal ao novo empréstimo ao setor elétrico, visando diluir o prejuízo causado pela crise elétrica de 2021.

Segundo Ricardo Brandão, diretor regulatório da Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee), a diluição dos custos através do novo empréstimo é benéfica para as distribuidoras e consumidores, já que não concentra os aumentos nas contas de 2022. Apesar disso, não podemos nos esquecer de que o financiamento vem acompanhado de juros, que também serão revertidos para o consumidor.

 "Talvez não seja a solução 100% do setor elétrico, mas é o que temos para o momento. É uma estruturação de uma conta que ainda o Brasil vai experimentar tarifas elevadas, mas foi o mecanismo possível".Efrain Cruz, diretor da Aneel.


Além do empréstimo supracitado, os brasileiros já estão pagando atualmente um outro empréstimo feito para socorrer o setor elétrico dos efeitos da pandemia de coronavírus, que resultou em um encargo embutido na conta de luz. As parcelas da chamada "Conta Covid" serão cobradas mensalmente até dezembro de 2025.

Ao que parece, estamos nos afundando em empréstimos feitos por empresas do setor privado, que só resultam em mais aumentos de nossas contas de consumo.

Créditos: Tudo Celular

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