21/04/2022
Vacina da dengue é contraindicada para quem nunca teve a doença

Única vacina em uso contra a doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, a Dengvaxia, produzida por uma multinacional de origem francesa, não deve ser tomada por quem nunca teve dengue. Vendida nas clínicas particulares de Americana, a imunização é liberada para pessoas de 9 a 45 anos que já tenham contraído o vírus.

A vacina foi autorizada para uso no Brasil pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 28 de setembro de 2015. No entanto, a utilização é limitada e a fórmula não é disponibilizada gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

 Segundo a enfermeira e proprietária da clínica Ciame, Roseley Picasso, a vacina previne a forma mais grave da doença, no caso, a hemorrágica. “Para tomar, a pessoa, primeiro, tem que ter contraído o vírus. Em torno de 30 a 35 dias depois de recuperada, ela pode tomar a primeira dose”, explica, acrescentando que são três doses com intervalo de seis meses entre elas.
 
 
 

Roseley diz que apesar de os casos de dengue terem explodido, neste ano, em Americana, a busca pela vacina não aumentou porque muitas pessoas desconhecem a orientação de que a imunização só pode ser feita após ter sido infectado pelo vírus. Para tomar a vacina, é necessário apresentar encaminhamento do médico. O mesmo procedimento é adotado na Clínica Vacinar.

No Cincor (Centro Integrado do Coração), a gestora do setor de vacinas, Andrea Calil Jorge afirma que para tomar a vacina contra a dengue a pessoa tem que apresentar um exame de sorologia negativo para a doença.

 “Quando uma pessoa toma uma vacina, o seu IGG dará positivo porque significa que criou anticorpos para aquilo. Já o IGM é o fator que indica que a pessoa está com a doença. Ele tem que estar negativo para aplicarmos a vacina”, diz.

Andrea afirma que a procura pela vacina aumentou, no entanto, por pessoas que ainda não foram infectadas pelo vírus. “Quando a gente fala que tem que esperar o resultado da sorologia, o pessoal desiste porque são pacientes que não tiveram dengue”. O valor de cada dose da vacina varia de R$ 250 a R$ 300 em Americana.

Estudo – A tão esperada vacina da dengue, que vem sendo desenvolvida há mais de 10 anos pelo Instituto Butantan, induziu a geração de anticorpos em 100% dos indivíduos que já tiveram dengue e em mais de 90% naqueles que nunca haviam tido contato com o vírus. Os dados foram publicados no último dia 15 de março na revista científica Human Vaccines & Immunotherapeutics.

A vacina vem sendo desenvolvida em parceria com o NIAID (Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos).  O estudo avançou para fase 3 em 2016, com 17 mil voluntários, e hoje está na etapa de acompanhamento –  todos serão avaliados durante cinco anos. O Instituto Butantan espera que a pesquisa seja concluída até 2024.

Quem pode tomar

A vacina da dengue (Dengvaxia) é recomendada somente para pessoas dos 9 aos 45 anos, que já tiveram dengue. Isto porque pessoas que nunca estiveram expostas ao vírus da dengue, podem ter maior risco de agravamento da doença, havendo necessidade de internação hospitalar.

Como ela funciona

A vacina possui os sorotipos 1, 2, 3 e 4 do vírus da dengue enfraquecidos, que quando aplicados estimulam o sistema imunológico a produzir anticorpos para combater a doença de forma mais rápida.

Como tomar

É administrada por via subcutânea, ou seja, sobre a pele do braço. Deve ser feita em três doses com intervalo de seis meses entre elas.

Sintomas da dengue

Os sintomas incluem febre, prostração geral, falta de apetite, dores musculares e articulares, dor no fundo dos olhos, cansaço, fadiga, enjoo, vômito, diarreia, entre outros.

Combate ao mosquito

O Aedes aegypti é um mosquito doméstico. Ele vive dentro de casa e perto dos seres humanos. Com hábitos diurnos, o mosquito (apenas a fêmea) se alimenta basicamente de sangue humano, principalmente ao amanhecer e ao entardecer, para se reproduzir. A reprodução acontece em água parada, limpa ou suja, a partir da postura de ovos pelas fêmeas. Os ovos são colocados em água e distribuídos por diversos criadouros.

Algumas medidas ajudam a evitar a proliferação do mosquito:

  • Tampe os tonéis e caixa d’água
  • Mantenha as calhas sempre limpas
  • Deixe garrafas sempre viradas com a boca para baixo
  • Mantenha lixeiras bem tampadas.
  • Deixe ralos limpos e com aplicação de tela
  • Limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia
  • Limpe com escova ou bucha os potes de água para animais
  • Retire água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa

Créditos: Ministério da Saúde

Compartilhe com seus amigos!

Veja as últimas notícias abaixo

PUBLICIDADE
no2
no9