Atualizado em 19/05/2022
Brasil monitora 46 casos de hepatite misteriosa em crianças

Ministério da Saúde informou nesta terça-feira, 17, que monitora 46 casos suspeitos da hepatite de origem misteriosa em crianças. Até o momento, das 49 notificações recebidas pela pasta, três já foram descartadas. Nenhuma notificação foi confirmada.

São Paulo é o estado com o maior número de registros suspeitos, com 14 casos da hepatite misteriosa sob investigação. Há casos em investigação em Minas Gerais (7), Mato Grosso do Sul (4), Rio Grande do Sul (3), Paraná (2), Rio de Janeiro (6), Espírito Santo (1), Goiás (1), Santa Catarina (4), Pernambuco (3) e Maranhão (1).

Na sexta-feira, o Ministério da Saúde montou uma sala de situação para monitorar as suspeitas da doença e fazer levantamento de evidências para identificar as possíveis causas.

O Ministério da Saúde tem orientado as secretarias de saúde por meio de comunicações de risco. A diretriz é que casos suspeitos sejam notificados imediatamente, assim como quaisquer alterações no cenário epidemiológico de estados e municípios.

 

 

Surto global de hepatite

Vinte e um países já detectaram hepatite grave de origem desconhecida entre crianças, principalmente com menos de 10 anos, desde o início de abril. Pelo menos 26 jovens precisaram de transplantes de fígado.

Ainda não se sabe exatamente o que está provocando a doença, já que nenhum caso até agora deu positivo para os vírus típicos da hepatite A, B, C, D e E. A condição também não é algo comum em crianças. Porém, inúmeras teorias estão sendo analisadas por cientistas em todo o mundo.

Possíveis causas do surto de hepatite

A hipótese mais forte até agora é que os casos possam estar ligados ao adenovírus do tipo 41, comumente associado a resfriados, mas que também pode causar pneumonia, diarreia e conjuntivite.

Esse vírus foi identificado na maioria dos casos registrados no Reino Unido (72%), na Europa (mais de 60%) e nos Estados Unidos (mais de 50%), de acordo com uma pesquisa do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças.

O adenovírus 41 geralmente se espalha através de matéria fecal, o que torna fundamental a lavagem adequada das mãos, principalmente após as trocas de fraldas e ida ao banheiro.

Covid pode ter relação

Apesar da linha de investigação apontar para o adenovírus, os especialistas não descartam a possibilidade de que a covid possa ter alguma participação importante nessa história.

Um estudo apresentado nesta semana por pesquisadores do Imperial College de Londres, no Reino Unido, e do Centro Médico Cedars Sinai, nos Estados Unidos, sugere que os casos recentes foram provavelmente o resultado de uma infecção por coronavírus, seguida de uma infecção por adenovírus.

Segundo eles, o SARS-COV-2  forma reservatórios que persistem no trato gastrointestinal mesmo após a infecção e podem levar a uma resposta inflamatória, que resulta na inflamação no fígado.

Essa ativação exagerada de células imunes é apontada também como causa de síndrome inflamatória multissistêmica observada em crianças com covid-19, no início da pandemia.

Sintomas para ficar atento

Um sintoma clássico da hepatite é a icterícia, ou amarelamento da pele ou do branco dos olhos, que foi observado em muitas das crianças afetadas, de acordo com a OMS.

Muitas também apresentaram sintomas gastrointestinais, incluindo dor abdominal, diarreia e vômitos. Outros sintomas da hepatite podem incluir fadiga, perda de apetite, urina escura, fezes de cor clara e dor nas articulações.

Créditos: Catraca Livre Foto: Reprodução internet ilustrativa

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