Atualizado em 24/05/2022
Bolsonaro demite o presidente da Petrobras

A nota que informa a troca de presidente da Petrobras (PETR4), que o Ministério de Minas e Energia divulgou nesta segunda-feira (23), foi acompanhada de uma extensa justificativa, em que o governo cita preço dos combustíveis e fala em função social da estatal.

As duas troca anteriores de CEO, que já aconteciam em um contexto de forte alta dos preços do petróleo – com impacto sobre a inflação -, não acompanhavam textos semelhantes, embora o presidente Jair Bolsonaro publicamente critique a empresa há meses.

 

Com a entrada de José Mauro Ferreira Coelho, há menos de dois meses, o governo citou “compromisso de respeito a sólida governança da Petrobras”. Quando o Joaquim Silva e Luna assumiu, o Executivo destacou que o presidente anterior, Roberto Castello Branco, havia encerrado o ciclo superior a dois anos na empresa.

Desta vez, o governo disse que o Brasil passa por um momento desafiador, “decorrente dos efeitos da extrema volatilidade dos hidrocarbonetos nos mercados internacionais”. 


“Adicionalmente, diversos fatores geopolíticos conhecidos por todos resultam em impactos não apenas sobre o preço da gasolina e do diesel, mas sobre todos os componentes energéticos”, destacou a nota.

O governo também fala em manter as condições necessárias para o crescimento do emprego e renda dos brasileiros. Para isso, avalia, seria preciso fortalecer a capacidade de investimento do setor privado como um todo.

“Trabalhar e contribuir para um cenário equilibrado na área energética é fundamental para a geração de valor da empresa, gerando benefícios para toda a sociedade”, diz outro trecho da nota sobre mudança na Petrobras.

O novo CEO da Petrobras
O governo convidou Caio Mário Paes de Andrade para exercer o cargo de Presidente da Petrobras. Ele é formado em Comunicação Social pela Universidade Paulista, pós-graduado em Administração e Gestão pela Harvard University e mestre em Administração de Empresas pela Duke University.

“O indicado reúne todos as qualificações para liderar a companhia a superar os desafios que a presente conjuntura impõe, incrementando o seu capital reputacional, promovendo o continuo aprimoramento administrativo e o crescente desempenho da empresa”.

A nota fala também em não “descuidar das responsabilidades de governança, ambiental e, especialmente, social da Petrobras“. “O governo renova o seu compromisso de respeito a governança da empresa, mantendo a observância dos preceitos normativos e legais que regem a Petrobras”.

Momento de troca
A mudança de comando da Petrobras acontece após a chegada do novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida – que internamente defende a retirada de custos relacionados à importação da fórmula de preços de combustíveis vendidos no país, segundo a Reuters. 

Alçado ao comando da pasta em meio a críticas de Bolsonaro à estatal, o economista ainda não falou publicamente sobre medidas específicas que poderiam atender ao pleito do Palácio do Planalto para reduzir preços de combustíveis.

Sachsida e o Ministério da Economia são contra outras iniciativas já colocadas em estudo pelo governo nessa área, como a implementação de subsídio do Tesouro Nacional a combustíveis ou a criação de um fundo de estabilização de choques nos preços com uso de recursos da União, ainda conforme a Reuters.

No mercado financeiro, o tom tem sido de minimizar as trocas promovidas pelo governo – até a mudança feita um mês atrás, pelo menos. A avaliação é de que, nos últimos anos, a governança da Petrobras mostrava uma empresa blindada por seu estatuto e pela lei das estatais.

Créditos: Por Kaype Abreu - Money Times (Foto: Divulgação)

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