A pelagra é uma doença rara causada pela deficiência de vitamina B3, também conhecida como niacina, no organismo, o que pode provocar alterações na pele, diarreia e alterações neurológicas, como dor de cabeça, confusão mental e perda de memória, por exemplo.
A deficiência dessa vitamina pode acontecer devido ao baixo consumo de alimentos ricos nessa vitamina, ou ser consequência da má-absorção da vitamina B3 no intestino, o que pode ser devido à doença de Crohn, por exemplo.
Assim, é importante que a causa da pelagra seja identificada para que seja possível iniciar o tratamento mais adequado, que pode envolver alteração nos hábitos alimentares e uso de suplementos de vitamina B3, por exemplo.
A pelagra pode ser caracterizada pela tríade de sintomas: dermatite, diarreia e demência, que não necessariamente acontecem nessa ordem, além de poder acontecer em intensidades diferentes entre as pessoas. De forma geral, os principais sintomas que podem ser indicativos de pelagra são:
Na presença desses sintomas, é importante que o médico seja consultado para que sejam feitos exames que ajudem a confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento mais adequado, pois caso isso não seja feito, é possível que a pessoa comece a apresentar delírios e evoluir para um quadro de coma e, em seguida, morte devido à falência múltipla de órgãos.
O diagnóstico da pelagra é feito pelo clínico geral ou dermatologista a partir da avaliação dos sinais e sintomas, além de também ser indicada a realização de exames de sangue e de urina para verificar a quantidade de vitamina B3 no organismo. Além disso, em alguns casos pode ser também indicada a realização de uma biópsia da pele para descartar outras doenças em que os mesmos sintomas possam estar presentes.
De acordo com a causa, a pelagra pode ser classificada em dois tipos principais:
Além disso, alguns tipos de câncer também podem favorecer o desenvolvimento da pelagra, pois podem interferir diretamente no metabolismo do triptofano, que não é convertido em niacina.
O tratamento para a pelagra deve ser orientado pelo médico e nutricionista de acordo com a causa da deficiência da vitamina B3 e sintomas apresentados pela pessoa. Assim, pode ser indicado o uso de suplementos nutricionais, como niacinamida e ácido nicotínico em associação com outras vitaminas do complexo B, numa dosagem que deve ser determinada pelo médico, em função do estado de saúde da pessoa.
Além disso, é recomendado o aumento do consumo de alimentos ricos em triptofano, como queijo, castanha de caju, amêndoa, ovo, ervilha e abacate, por exemplo, assim como alimentos ricos em vitamina B3, como frango, peixes, sementes de gergelim, tomate e amendoim.
É também importante tratar a doença que está na origem do déficit de niacina e/ou alterar os estilos de vida que possam contribuir para a diminuição desta vitamina, como é o caso do uso excessivo de álcool, uso inadequado de certos medicamentos ou realização de dietas pobre em vitaminas.
Créditos: Tua Saúde - Dr. Arthur FrazãoOftalmologista Foto: Reprodução